Se o levante popular no Egito deu uma dor de cabe�a a Washington, a repress�o brutal aos manifestantes em Bahrein envolve c�lculos ainda mais complicados para a administra��o Obama. Os Estados Unidos condenaram o uso de viol�ncia nos protestos em Manama, mas, at� agora, escolheram suas palavras com muito cuidado.
Na �ltima quinta-feira, a secret�ria de Estado Hillary Clinton disse: "O Bahrein � um amigo e um aliado h� muitos anos e, ainda que todos os governos tenham a responsabilidade de dar seguran�a e estabilidade aos cidad�os, pedimos conten��o."
O presidente Barack Obama falou novamente de direitos universais, incluindo o direito de reunir-se livremente, na �ltima sexta-feira. No entanto, os interesses nacionais americanos est�o na balan�a, talvez mais do que estavam durante a crise no Egito.
Hosni Mubarak foi um aliado dos Estados Unidos pelos �ltimos 30 anos. Apesar de manter um regime opressor em seu pa�s, ele era visto pelos Estados Unidos como o presidente moderado de pa�s que tinha um tratado de paz com Israel e um parceiro-chave do processo de paz na regi�o.
Mas com a enorme demanda pela sa�da de Mubarak nas ruas do Cairo, tornou-se insustent�vel manter o apoio ao presidente ao mesmo tempo em que se proclamava o apoio aos direitos universais. Ent�o, Washington se arriscou.
O governo americano chegou � conclus�o de que deveria abrir m�o de um presidente que n�o conseguiu implementar reformas porque o ex�rcito eg�pcio, assegurado pelos Estados Unidos, provavelmente manteria o pa�s em um caminho moderado que seria aceit�vel por Washington e, por extens�o, para Israel, pelo menos a curto prazo.
Mas quando os Estados Unidos olham para Bahrein, eles veem o Ir� e a imagem fica um pouco osbcura. "Teer� e Washington s�o advers�rios desde 1979 e reinos sunitas como Bahrein e seu vizinho Ar�bia Saudita, um aliado vital dos americanos, s�o um contraponto crucial para o crescimento da influ�ncia iraniana na regi�o.
De boca fechada
Bahrein abriga a 5ª frota naval americana e � um dos principais pilares da infraestrutura militar regional dos Estados Unidos. O programa nuclear do Ir� � uma grande preocupa��o para o governo americano, para Israel e tamb�m para as monarquias sunitas.
A influ�ncia regional de Teer� tem crescido e seu l�der supremo, o aiatol� Ali Khamenei, interpretou os eventos no Egito como um despertar isl�mico e o fim da hegemonia americana na regi�o.
O Bahrein, com sua grande popula��o xiita, tem seus pr�prios temores com rela��o ao Ir�. Em 1981, a Frente Isl�mica pela Liberta��o do Bahrein, apoiada pelo Ir�, tentou um golpe de estado no pa�s.
Bahrein � ligado � Ar�bia Saudita por uma estrada, especificamente no nordeste do pa�s, rico em petr�leo e dominado pelos xiitas. Os xiitas do pa�s s�o discriminados no pa�s e dizem que os protestos n�o tem nada a ver com o Ir�, e sim com a vontade de serem completamente aceitos como cidad�os bareinitas.
Eles acusam as autoridades de invocarem a sombra do Ir� para impedir que o ocidente os apoie. No momento, a estrat�gia pode estar funcionando. Quando milhares de pessoas tomaram as ruas no Egito, muitos oficiais americanos, que se esqueceram brevemente das complica��es que isso traria para sua pol�tica externa, ficaram grudados a suas televis�es e alguns soavam at� excitados com o poder do povo em a��o em tamanha escala no mundo �rabe.
No entanto, esse entusiasmo j� n�o existe com os eventos em Manama. A viol�ncia das for�as de seguran�a chocou muitas pessoas e as matizes sect�rias do conflito, reais ou imagin�rias, significam que todos est�o mais cuidadosos com as posi��es que assumem em p�blico.
Os oficiais americanos tem falado muito pouco sobre suas conversas com governantes �rabes, enfatizando em p�blico somente a necessidade de reformais reais, repetidamente. � uma tentativa de Washington de evitar ter que escolher novamente entre um l�der �rabe e seu povo.