
Em um ato de rompimento com o regime de Muamar Khadafi, membros da delega��o de diplomatas da L�bia na ONU pediram, nesta segunda-feira, uma interven��o internacional contra a onda de viol�ncia no pa�s.
O vice-embaixador da L�bia no �rg�o fez tamb�m um apelo por prote��o aos cidad�os contra o que definiu como "genoc�dio" patrocinado pelo governo l�bio.
Ele tamb�m pediu que as Na��es Unidas interditassem o espa�o a�reo sobre a capital l�bia, Tr�poli, onde relatos n�o confirmados dizem que pelo menos um avi�o de combate disparou contra manifestantes.
O ministro brit�nico das Rela��es Exteriores, William Hague, afirmou nesta segunda-feira que h� informa��es de que o coronel Muamar Khadafi deixou seu pa�s rumo � Venezuela, em meio aos protestos populares que pedem a sua sa�da do poder.
"Eu n�o tenho informa��es que afirmem que ele est� (a caminho da Venezuela), mas eu vi algumas informa��es que sugerem que ele est� a caminho (da Venezuela) neste momento", disse Hague a jornalistas na capital da B�lgica, Bruxelas.
Um alto funcion�rio do governo venezuelano, no entanto, negou que l�der l�bio ser� recebido no pa�s, ao afirmar que n�o houve comunica��o com Tr�poli.
“N�o recebemos nenhum pedido de asilo”, disse o funcion�rio do governo venezuelano � BBC Brasil.
Paradeiro de Khadafi
A correspondente da BBC em Argel Chloe Arnold citou relatos de um rep�rter confi�vel que foi � casa de Khadafi em Tr�poli nesta segunda-feira.
Ele disse que havia poucos seguran�as nos port�es e que, aparentemente, n�o havia ningu�m na casa.
Uma fonte informou ao correspondente da BBC no Cairo, Jon Leyne, que h� ind�cios de que, por causa dos protestos, Khadafi possa ter sa�do da capital, Tr�poli, em dire��o ao sul da L�bia.
Os ind�cios s�o comboios de ve�culos vistos deixando a capital e uma movimenta��o acima do comum no aeroporto de Tr�poli.
Para Leyne, � um indicativo de que Khadafi n�o pretende abandonar seu pa�s, mas retirar-se da capital, para onde os protestos migraram na noite de domingo e na manh� desta segunda-feira.
Tamb�m h� d�vidas quanto a se algum pa�s receberia o l�der l�bio caso ele decidisse se exilar.
Di�logo
Tamb�m nesta segunda-feira, a chanceler da Uni�o Europeia, Catherine Ashton, voltou a condenar a viol�ncia no Bahrein e na L�bia.
Ap�s um encontro de ministros de Rela��es Exteriores europeus, Ashton disse que a L�bia deveria respeitar os direitos dos cidad�os de protestarem pacificamente e pediu di�logo.
“Condenamos a repress�o contra os manifestantes e lamentamos a viol�ncia e a morte de civis. Pedimos o fim imediato do uso da for�a contra os manifestantes e pedimos a todas as partes que se contenham", disse.
“As aspira��es leg�timas e demandas das pessoas por reformas devem ser consideradas em um di�logo aberto."
Ashton disse ainda que viajaria ao Egito nos pr�ximos dias para encorajar as autoridades locais a serem mais transparentes sobre o avan�o em dire��o � democracia.
“Durante nossas conversas eu pedirei que eles fa�am progresso nas mudan�as constitucionais que pavimentam o caminho para elei��es parlamentares e presidenciais livres e justas.”
A chanceler garantiu que a Europa ajudar� o Egito no processo e n�o tentar� impor solu��es.
Embaixadores
Nesta segunda-feira, o embaixador l�bio na �ndia, Ali Al-Issawi, disse � BBC que decidiu deixar o cargo em protesto contra o uso de viol�ncia por parte do governo e afirmou que mercen�rios estrangeiros foram mobilizados para atuar contra cidad�os l�bios.
O embaixador na Liga �rabe, Abdel Moneim Al-Honi, disse a jornalistas, no Cairo, que est� se unindo � revolu��o, enquanto o embaixador l�bio na China tamb�m renunciou.
De acordo com o jornal Quryna, o ministro da Justi�a, Mustafa Abdal Khalil, tamb�m renunciou em protesto contra a viol�ncia no pa�s.
O regime comandado por Muamar Khadafi lan�ou uma dura campanha de repress�o contra os protestos.
Segundo dados de organiza��es m�dicas e de direitos humanos, mais de duzentas pessoas teriam morrido desde o in�cio, na semana passada, das manifesta��es que pedem que Khadafi renuncie ap�s passar mais de 40 anos no poder.
Tens�o nas ruas
Testemunhas afirmam que manifestantes que sa�ram �s ruas da capital, Tr�poli, na noite de domingo, foram atacados por for�as de seguran�a com armas de fogo e g�s lacrimog�neo.
Nesta segunda-feira, h� relatos de que as ruas da cidade estavam tranquilas, com for�as do governo patrulhando a Pra�a Verde, um local que vem sendo usado pelos manifestantes.
Houve sons de tiros nas primeiras horas da manh�, e bombeiros tentavam controlar um inc�ndio em um pr�dio do governo no centro da cidade, a Assembleia do Povo, que foi incendiada por manifestantes.
Benghazi, a segunda cidade do pa�s, estaria nas m�os de manifestantes. Segundo testemunhas, a pol�cia fugiu de Zawiyah, a oeste da capital, e a cidade teria ca�do no caos. H� relatos de que muitos moradores estariam fugindo para a vizinha Tun�sia.
O filho de Khadafi Saif Al-Islam advertiu que uma guerra civil poderia eclodir no pa�s. Em um longo pronunciamento pela TV, ele prometeu reformas pol�ticas, mas afirmou tamb�m que o regime "lutaria at� a �ltima bala", contra "elementos dissidentes".
Al-Islam admitiu, entretanto, que as cidades de Benghazi e Al-Bayda, no leste do pa�s, tinham ca�do nas m�os dos manifestantes