A Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) recomendou a suspens�o da L�bia dos �rg�os de direitos humanos da entidade, algo in�dito na hist�ria das Na��es Unidas e, por enquanto, o maior sinal de isolamento internacional de Muamar Kadafi. A decis�o final ser� tomada na ter�a-feira na Assembleia-geral da ONU, em Nova York. Kadafi recebeu na sexta duas propostas da Uni�o Africana para sair da L�bia e evitar o banho de sangue. Em ambos os casos, recusou.
"Este � um dia hist�rico para a ONU e manda um recado claro a todos os pa�ses de que suas a��es ter�o consequ�ncias, at� mesmo o Ir�", afirmou a embaixadora dos EUA na ONU, Eileen Donahoe. Jean Baptiste Mattei, embaixador da Fran�a, tamb�m comemorava: "Estamos tomando decis�es que ficar�o marcadas e d�o sinais claros a todos".
A resolu��o ainda cria uma comiss�o internacional que vai investigar os massacres e poder� recomendar um processo na Corte Internacional de Justi�a contra Kadafi. A L�bia havia sido eleita para o Conselho de Direitos Humanos da ONU com 155 dos 193 votos. Ontem, restavam poucos amigos. Pa�ses mu�ulmanos como a Jord�nia e Catar tamb�m apoiaram a suspens�o. Para o Iraque, o que ocorre na L�bia � "inaceit�vel". At� mesmo o Paquist�o, em nome da Organiza��o da Confer�ncia Isl�mica, condenou a atitude de Kadafi.
A resolu��o passou sem votos contr�rios. Mas a batalha agora se transfere para Nova York. Na Assembleia-geral, ter�o de ser obtidos dois ter�os dos votos para a suspens�o da L�bia. Ditaduras em todo o mundo n�o est�o preocupadas com Kadafi, mas n�o disfar�am a preocupa��o de tamb�m serem suspensos um dia.
Kadafi ainda provou ter seus �ltimos aliados na Am�rica Latina. "Qual o crit�rio para julgar se houve, e em que n�vel, uma viola��o dos direitos humanos?", questionou Rodolfo Reyes, embaixador de Cuba. "Foi a imprensa americana quem incitou a viol�ncia", acrescentou.
A delega��o brasileira copatrocinou a resolu��o e, ontem, a embaixadora Maria Nazareth Azevedo insistiu que os ataques contra a popula��o atingiam n�veis "inaceit�veis". Mas questionada sobre o voto do Brasil na semana que vem, a embaixadora n�o deu uma explica��o clara se apoiaria a suspens�o. Parte da cautela do governo � explicada por conta da presen�a de brasileiros na L�bia. O Pa�s estima que, se adotar uma posi��o extrema, os brasileiros na L�bia podem sofrer.
As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo.