Rebelde dispara arma antia-a�rea em batalha perto de Ras Lanuf, nesta sexta-feira (foto: REUTERS/Goran Tomasevic)
Violentos confrontos que deixaram v�rios mortos ocorreram nesta sexta-feira no leste da L�bia, onde a revolta avan�ou, e no oeste, onde as for�as do coronel Muamar Kadhafi tentavam concluir uma ofensiva para reconquistar a cidade de Zawiya.
Os insurgentes que controlam o leste avan�aram para o porto petroleiro de Ras Lanuf (a 600 km de Tr�poli), onde os combatentes deixaram "muitos mortos e feridos", disse � AFP um m�dico de um hospital de Brega.
A ofensiva rebelde contra Ras Lanuf recebia refor�os de Ajdabiya (a 200 km a leste), de onde partiam dezenas de ve�culos com homens armados com Kalashnikov, baterias antia�reas e canh�es.
"Ras Lanuf caiu. Est� em nossas m�os", clamava Heizab, um membro das for�as de oposi��o no posto de controle na sa�da oeste de Ajdabiya.
Mais prudente, outro combatente, Yunis, afirmou que � tarde foram registrados intensos combates na cidade, nas m�os das for�as leais a Kadhafi at� sexta-feira.
Fontes afirmaram tamb�m que houve "muitos" mortos no ataque dos homens de Kadhafi contra Zawiya (60 km a oeste da capital).
Uma jornalista da emissora brit�nica Sky News presente no local informou que a cidade estava cercada pelo ex�rcito. A emissora oficial anunciou antes que j� tinha ca�do, mas fontes oficiais admitiram posteriormente que restavam "bols�es de resist�ncia".
Tamb�m no front oeste, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) indicou que a fronteira da L�bia com a Tun�sia est� controlada pelas for�as de Kadhafi "fortemente armadas".
Pelo menos 17 pessoas morreram e mais de 20 ficaram feridas em duas explos�es que destru�ram, nesta sexta-feira, um dep�sito de armas perto de Benghazi, reduto da insurrei��o no leste da L�bia, confirmou o m�dico Nasser Tumi, do hospital Al-Jala.
Um correspondente da AFP, que visitou o hospital, viu v�rios corpos no necrot�rio, alguns deles terrivelmente desfigurados e queimados.
Em Tr�poli, a pol�cia dispersou com bombas de g�s lacrimog�neo manifestantes que tentavam concentrar-se depois das ora��es mu�ulmanas de sexta-feira.
A organiza��o dos protestos se viu complicada com o corte das conex�es da Internet desde quinta-feira. As autoridades tamb�m bloquearam nos hot�is os jornalistas presentes na capital.
Uma fonte governamental resumiu a situa��o, dizendo que o regime controlava o oeste do pa�s, mas que o leste estava "problem�tico".
A Acnur indicou que desde o in�cio da rebeli�o, em 15 de fevereiro, dezenas de milhares de pessoas fugiram da viol�ncia na L�bia e sobrevivem em condi��es prec�rias, e que 12.500 (a grande maioria oriunda de Bangladesh) est�o bloqueadas na fronteira tunisiana.
Segundo dados da ONU, a repress�o deixou em torno de 1 mil mortos, mas de acordo com uma organiza��o l�bia de defesa dos direitos humanos, o n�mero de v�timas soma mais de 6.000.
O presidente americano, Barack Obama, disse na quinta-feira que estudava "toda gama de op��es" dispon�veis para colocar fim � "horr�vel viol�ncia" de Kadhafi contra seu povo.
"A viol�ncia deve parar. Muamar Kadhafi perdeu a legitimidade e deve ir embora", completou Obama.
O governo venezuelano assegurou nesta sexta-feira que o governo l�bio tinha dado luz verde para uma iniciativa do presidente Hugo Ch�vez de criar uma miss�o internacional de media��o com os rebeldes.
Essa ideia tinha sido rejeitada na v�spera pelos insurgentes e por pa�ses ocidentais que consideraram que poderia oferecer uma via de escape a Kadhafi para permanecer no poder.
Kadhafi, 68 anos, no poder desde 1969, avisou na quarta-feira que "milhares de l�bios morrer�o caso haja inverven��o de Estados Unidos e Otan".
O Tribunal Penal Internacional anunciou na quinta-feira a abertura de uma investiga��o por crimes contra a humanidade contra Kadhafi e v�rias pessoas de seu entorno, pela repress�o desatada contra as manifesta��es populares.
A Interpol emitiu na sexta-feira um alerta para as pol�cias do mundo e os �rg�os internacionais contra Kadhafi e outras 15 pessoas, por considerar que est�o envolvidos no "planejamento de ataques, como bombardeios a�reos contra a popula��o civil".