Milh�es de pessoas nas �reas mais afetadas pelo terremoto na regi�o nordeste do Jap�o permanecem sem �gua, comida, eletricidade e gasolina h� quatro dias.
Segundo a ag�ncia de not�cias Kyodo News, mais de 500 mil pessoas est�o desabrigadas em consequ�ncia do terremoto e do tsunami que atingiram o pa�s na �ltima sexta-feira.
As redes de comunica��o ainda est�o fora do ar em muitas �reas, impedindo que as pessoas possam contactar seus familiares dentro e fora do pa�s.
Filas quilom�tricas se formam em supermercados e postos de gasolina para conseguir suprimentos. Nos abrigos improvisados, milhares sofrem com as baixas temperaturas do inverno.
O governo japon�s deslocou 100 mil soldados para ajudar na distribui��o de 120 mil cobertores, 120 mil garrafas de �gua, toneladas de comida e 111 mil litros de gasolina aos afetados pela cat�strofe.
Nesta segunda-feira, a companhia de eletricidade Tokyo Electric Power (Tecpo) deu in�cio aos cortes de eletricidade planejados em �reas pr�ximas � capital, para evitar blecautes.
Segundo a Kyodo News, os esfor�os da regi�o para economizar energia permitiram adiar a opera��o, que estava prevista para come�ar no in�cio da manh�, mas s� teve in�cio �s 17h, no hor�rio local.
O plano, que n�o tem precedentes na hist�ria do pa�s, prev� suspens�es de energia durante 3 a 6 horas em regi�es alternadas at� o fim de abril.
Estima-se que cerca de 45 milh�es de pessoas em T�quio e em outras oito prov�ncias ser�o afetadas pelos cortes.
No entanto, a �rea central de T�quio ser� poupada, j� que os escrit�rios do governo e muitas sedes de empresas funcionam no local.
Explos�es
Tamb�m nesta segunda-feira, o sistema de resfriamento de mais um reator da usina nuclear de Fukushima voltou a sofrer uma pane, aumentando o risco de superaquecimento, segundo a Kyodo News.
Um operador da instala��o informou que as barras de combust�vel do reator nuclear n�mero 2 ficaram completamente expostas, quando a bomba que injetava �gua do mar para resfriar a instala��o parou de funcionar.
Horas antes, os t�cnicos haviam conseguido estabilizar a situa��o de superaquecimento com as medidas de emerg�ncia, depois que problemas semelhantes causaram explos�es nos reatores 1 e 3 da usina.
Segundo o funcion�rio, o n�cleo do reator nuclear n�mero 2 pode estar come�ando a derreter. De acordo com a Kyodo News, a Tepco informou ao governo japon�s que a situa��o � de emerg�ncia.
A empresa disse que a explos�o de hidrog�nio no reator n�mero 3, que aconteceu no in�cio da manh�, pode ter causado um curto-circuito no sistema de resfriamento do reator 2. O incidente deixou onze feridos, um deles em estado grave.
A Tepco disse ainda que tentar� abrir um buraco no muro do edif�cio que abriga o segundo reator, para evitar o ac�mulo de hidrog�nio que causou as explos�es anteriores.
Segundo a ag�ncia de seguran�a nuclear do Jap�o, a prioridade da empresa continua sendo o resfriamento do reator 2, mas os outros reatores tamb�m precisar�o de mais inje��es de �gua.
A ag�ncia diz que os n�veis de radia��o continuam abaixo dos limites considerados legalmente perigosos.
Dezenas de milhares de pessoas foram evacuadas das proximidades da instala��o e 22 est�o sob tratamento por exposi��o � radia��o, mas o governo descartou a possibilidade de aumentar a �rea de evacua��o no momento.
Devasta��o
Uma gigantesca opera��o foi posta em marcha para resgatar os milhares de mortos e desaparecidos no desastre natural.
A rep�rter da BBC Rachel Harvey, que est� na cidade portu�ria de Minamisanriku, disse que as �guas avan�aram cerca de 2 km terra adentro, devastando a paisagem com destro�os.
A rep�rter disse que o cen�rio � de extrema destrui��o e que � improv�vel que haja muitos sobreviventes.
A ag�ncia Kyodo News afirmou que 2.000 corpos foram encontrados na regi�o administrativa de Miyagi nesta segunda-feira. Segundo a TV p�blica NHK, mil corpos teriam sido encontrados na pen�nsula de Ojika e mil em Minamisanriku.
Com isso, o total de mortos no desastre pode ultrapassar 10 mil, segundo estimativas.
Em Sendai, capital de Miyagi, a 300 km de T�quio, as equipes de resgate tamb�m est�o encontrando cenas de devasta��o.
Ainda segundo o canal de TV japon�s, aproximadamente 450 mil pessoas tiveram que deixar suas casas nas seis Prov�ncias mais atingidas pelo terremoto.
R�plicas do terremoto de sexta-feira est�o sendo registradas na capital japonesa.
Crise
O primeiro-ministro japon�s, Naoto Kan, disse que o desastre mergulha o pa�s "na crise mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)".
Estimativas preliminares elevam os custos de recupera��o da trag�dia em dezenas de bilh�es de d�lares - um forte golpe para o pa�s, em um momento em que a economia mundial d� sinais de retomada.
O governo afirmou que injetar� 15 trilh�es de ienes na economia japonesa (mais de US$ 180 bilh�es) para dar um sinal positivo para o mercado financeiro, que abriu em queda nesta segunda-feira