Os Estados Unidos resistem aos pedidos internacionais para lan�ar uma opera��o militar na L�bia, num momento em que as for�as de Muamar Kadhafi se preparam para atacar Benghazi, reduto dos rebeldes."N�o creio que os americanos queiram ver o presidente dos Estados Unidos se envolver unilateralmente em uma opera��o militar sem ter examinado as poss�veis consequ�ncias", afirmou Jay Carney, porta-voz de Barack Obama.
Indagado sobre a possibilidade de impor uma zona de exclus�o a�rea, Carney disse que Obama queria definir primeiro "os objetivos de tais medidas". A ideia foi proposta depois que a ONU adotou as primeiras san��es contra o regime Kadhafi, em 26 de fevereiro.
Paris, Londres e a Liga �rabe s�o seus principais defensores. Em Washington, in�meros legisladores tamb�m apoiam a instaura��o de uma zona de exclus�o a�rea. A administra��o americana n�o a rejeita, mas destaca seus riscos, dando a impress�o de que busca adiar a decis�o.
Na ter�a, enquanto as tropas do l�der l�bio ganhavam terreno, a Fran�a disse publicamente que os Estados Unidos n�o haviam definido uma posi��o militar em rela��o a Kadhafi.
In�meros especialistas recordam que a Casa Branca carrega atualmente nas costas as consequ�ncias das aventuras militares herdadas do ex-presidente George W. Bush.
"Claro que queremos apoiar os movimentos democr�ticos na regi�o", assinalou o ex-comandante-em-chefe das for�as da Otan, Wesley Clark, ao jornal Washington Post. "Mas j� temos duas opera��es deste tipo em curso, no Iraque e no Afeganist�o", acrescentou.
Os Estados Unidos tamb�m sabem que qualquer interven��o militar daria uma presen�a destacada �s for�as americanas, e que ser� necess�rio muito mais que uma zona de exclus�o a�rea para mudar a situa��o das for�as no terreno, segundo explicou � AFP Richard Downie, do Centro de Estudos Estrat�gicos e Internacionais (CSIS). "A superioridade das for�as de Kadhafi n�o se aplica somente a partir do ar. Trata-se de um ex�rcito organizado que combate um bando de rebeldes", acrescentou.
Um dos chefes da insurrei��o, Mahmud Jibril, reclamou na segunda-feira � secret�ria de Estado, Hillary Clinton, que os Estados Unidos facilite armas � oposi��o l�bia. Mas Hillary teve o cuidado de n�o prometer nada.
O governo americano se mostra desconfiado ante uma oposi��o l�bia pouco conhecida e na qual h� "jihadistas", assegurou Downie. Segundo o especialista, armar os rebeles "teria pouco impacto no curto prazo, mas poderia ter consequ�ncias nefastas no longo prazo".