O Jap�o elevou de quatro para cinco o n�vel do acidente na usina nuclear de Fukushima Daiichi, no leste do pa�s, em uma escala internacional de sete pontos que mede a gravidade de desastres at�micos.
A decis�o da ag�ncia nuclear japonesa ocorreu devido ao dano causado ao n�cleo dos reatores e ao vazamento cont�nuo de radia��o, e classifica a situa��o como um "acidente com amplas consequ�ncias". Segundo a ag�ncia, a avalia��o � espec�fica para as explos�es ocorridas nos reatores 1, 2 e 3.
O sistema de resfriamento dos reatores da usina foi danificado durante o terremoto de magnitude 9 que atingiu o pa�s no �ltimo dia 11, mergulhando o pa�s em uma crise nuclear.
A mudan�a de n�vel coloca o acidente de Fukushima dois n�veis abaixo do desastre da usina de Chernobyl, ocorrido em 1986 na Ucr�nia (na �poca, parte da Uni�o Sovi�tica).
A medida tamb�m iguala o caso japon�s ao acidente na usina nuclear de Three Mile Island, na Pensilv�nia (Estados Unidos), em 1979.
O chefe da Ag�ncia Internacional de Energia At�mica da ONU (AIEA), o japon�s Yukiya Amano, afirmou em T�quio que as tentativas para conter o vazamento de material radioativo na usina s�o uma "corrida contra o tempo".
Resfriamento
Nessa quinta-feira, a AIEA disse, citando fontes do governo do Jap�o, que engenheiros instalaram um cabo de for�a externo no reator n�mero 2 de Fukushima, o que permitiria a reativa��o do sistema de resfriamento da usina.
A AIEA disse em um comunicado que o sistema de resfriamento deve ser reconectado assim que terminar o processo de despejar �gua para resfriar o reator de n�mero 3.
De acordo com a empresa que opera a usina, a Tokyo Electric Power (Tepco), o reator n�mero 2 preocupa porque ele fica em um edif�cio que permanece com o teto intacto. Por isso, n�o pode ser resfriado por �gua jogada de helic�pteros.
Nessa quinta-feira, toneladas de �gua foram despejadas nos reatores 3 e 4 por helic�pteros e caminh�es de bombeiros da For�a de Autodefesa do Jap�o e por um caminh�o-pipa da Pol�cia japonesa.
O objetivo da opera��o � impedir o derretimento das barras de combust�vel nuclear armazenadas no reservat�rio. Se danificadas, elas podem liberar muita radioatividade na atmosfera.
A ag�ncia de not�cias japonesa Kyodo Newsdisse que as tentativas de jogar �gua no reservat�rio de combust�vel do reator 3 de Daiichi foram bem sucedidas.
Evacua��o
Alarmados, pa�ses de todo o mundo cobram do governo japon�s maiores explica��es sobre a situa��o, enquanto realizam opera��es para a retirada de seus cidad�os e pessoal diplom�tico do pa�s.
O governo japon�s evacuou os moradores num raio de 20 km da usina nuclear Fukushima Daiichi e sugeriu aos moradores em um raio inferior a 30 km que permanecessem em suas casas.
No entanto, a embaixada dos Estados Unidos sugeriu aos norte-americanos que moram num raio de 80 km que evacuem a �rea como medida de preven��o.
A embaixada brit�nica advertiu aos seus nacionais para que deixem T�quio e �reas mais ao norte, enquanto a R�ssia anunciou a retirada de fam�lias de diplomatas da capital.
A Fran�a pediu � Air France para disponibilizar mais avi�es na rota T�quio-Paris e, assim, facilitar a sa�da dos franceses da cidade.
Outras embaixadas transferiram seus funcion�rios para cidades mais a sudoeste do Jap�o. O governo da �ustria, por exemplo, transferiu suas atividades para Osaka.
Muitas multinacionais seguiram o exemplo dos governos e tamb�m realocaram seus funcion�rios para outras �reas ou pa�ses asi�ticos.
Com medo de um desastre nuclear, diversos japoneses come�aram a deixar T�quio e regi�es adjacentes para se protegerem de uma poss�vel nuvem de radia��o.
Busca
Paralelamente aos esfor�os para conter a crise no pa�s, continua no Jap�o a procura por v�timas do terremoto do dia 11, que foi seguido por um tsunami. O n�mero de mortos em decorr�ncia do desastre j� passa de 5,7 mil.
Autoridades japonesas dizem que o progresso da remo��o dos destro�os deixados pela onda gigante expandiu a �rea de busca de corpos e de poss�veis sobreviventes.
No entanto, problemas no fornecimento de combust�vel no pa�s est�o dificultando a chegada de suprimentos aos desabrigados pelo terremoto e pela crise nuclear, segundo a Kyodo.
A falta de combust�vel tamb�m limita o uso de maquinaria pesada na limpeza dos destro�os e de sistemas de aquecimento, fazendo com que a popula��o sofra com as baixas temperaturas do inverno japon�s.