�nica fam�lia brasileira em cidade devastada � resgatada no Jap�o

A �nica fam�lia de brasileiros que vivia na cidade de Onagawa, na prov�ncia de Miyagi, no Nordeste do Jap�o, foi resgatada na noite desse s�bado pelo consulado brasileiro em T�quio. A cidade, que tem aproximadamente 11 mil habitantes, foi praticamente destru�da e est� com 50% de sua popula��o desaparecida ap�s o terremoto seguido de tsunami que atingiu a regi�o na semana passada.

“Felizmente encontramos um jornalista japon�s que conseguiu passar uma mensagem ao Brasil, para a minha filha. Por meio dela, chegou ao corpo consular a not�cia de que n�s est�vamos em Onagawa. At� ent�o, n�o sabiam que existiam brasileiros l�”, disse Hilton Hanashiro, que trabalhava como oper�rio. Ele falou com a reportagem, por meio de Skype, de um abrigo brasileiro em Kamisato, na regi�o de Saitama, para onde foi levado junto com a fam�lia.

Hilton contou que, ap�s o terremoto, foi obrigado a passar a noite desabrigado, na neve, em uma montanha nas proximidades da cidade. “Eu estava no hor�rio de trabalho na f�brica e corremos para o obrigo logo ap�s o primeiro sinal de terremoto. Em seguida, veio o tsunami. Com o tsunami, a cidade foi destru�da, todas as vias foram interditadas. A primeira noite, com neve ainda, ficamos ao relento em uma parte alta, em uma montanha. No dia seguinte, conseguimos atingir o gin�sio de Onagawa”, disse. Utilizado como abrigo provis�rio, o gin�rio hoje ainda est� com 2,3 mil pessoas.

Mesmo ap�s chegar ao abrigo provis�rio, Hilton continuou a encontrar dificuldades. Com a destrui��o da cidade, n�o havia energia el�trica, as linhas de telefone n�o funcionavam e o cen�rio era de devasta��o.

“N�o h� ilumina��o, n�o h� comunica��o, a �gua e a alimenta��o s�o racionadas, o aquecimento n�o � dos melhores”, disse. “Praticamente metade da popula��o da cidade morreu nesse acidente. A cidade tinha pouco mais de 10 mil habitantes e ficaram apenas cerca de 5 mil”, afirmou.

O resgate de Hilton e mais cinco parentes foi feito pelo consulado, com a ajuda de volunt�rios como o empres�rio brasileiro Walter Saito. Segundo ele, quando a comitiva do consulado chegou � cidade, a situa��o era assustadora.

“O local em que eles estavam era onde a cat�strofe foi mais forte. Estavam em um lugar de muito dif�cil acesso e lutamos muito para chegar. Quando chegamos l�, o susto foi muito grande. Uma cat�strofe. � a mesma coisa que voc� pegar uma caixa de madeira, colocar dentro do liquidificador e bater. Fica s� o p�. Foi o que a gente viu l� das casas”, contou.

Para chamar a aten��o dos brasileiros, Saito entrava nos abrigos provis�rios enrolado em uma Bandeira do Brasil. "Quando cheguei l� [no gin�sio], o Hilton foi a primeira pessoa que me viu com a bandeira. Chegou e j� me abra�ou. Nunca me senti t�o importante na minha vida”, disse o empres�rio.

Ap�s deixar o abrigo alugado pelo consulado brasileiro em Saitama, Hilton e sua fam�lia iriam se dirigir para T�quio, e depois tinham a inten��o de retornar a S�o Paulo.