
Austr�lia, Canad� e R�ssia entraram nesta quinta-feira para a lista de pa�ses que vetaram a importa��o de alimentos da regi�o da central nuclear de Fukushima (nordeste do Jap�o), onde a energia el�trica, imprescind�vel para o acionamento dos sistemas de resfriamento dos reatores, foi parcialmente restabelecida.
A presen�a de radioatividade na �gua e nos alimentos provocam temores no Jap�o e no exterior, quase duas semanas depois de um terremoto de 9 graus e do tsunami que devastaram o arquip�lago nip�nico, com um balan�o de 27.000 mortos e desaparecidos (com 9.811 v�timas fatais confirmadas).
O governo proibiu a comercializa��o de produtos frescos, como verduras e leite, em quatro munic�pios ao redor de Fukushima, depois de detectar n�veis de contamina��o radioativa superiores �s normais.
As an�lises dos alimentos ser�o ampliadas a mais seis munic�pios pr�ximos, alguns deles pr�ximos da megal�pole de T�quio, que tem 35 milh�es de habitantes. O minist�rio da Sa�de intensificou os controles da pesca, depois da detec��o de radioatividade na �gua do mar perto da central.
Alimentos
O pre�o do pescado, sobretudo dos mariscos, caiu em Tsukiji, o maior mercado de peixes do mundo, na ba�a de T�quio. O ouri�o do mar era vendido pela metade do pre�o habitual.
As algas, indispens�veis para as sopas e saladas da cozinha nip�nica, devem aumentar de pre�o, j� que os varejistas ter�o que comprar os produtos em outras regi�es. "Sabemos que n�o ser� poss�vel comer algas das zonas devastadas por dois ou tr�s anos", afirmou Kenichiro Saito, comerciante de algas. "Os pre�os subir�o em Hokkaido (norte do pa�s)", completou.
Os consumidores se mostram cautelosos. "Quando voc� vai �s compras, pode escolher, mas quando est� em um restaurante n�o conhece a origem dos produtos", disse Tobita Kyoko, de 65 anos, que considera o governo "muito otimista para a gravidade da situa��o".
Austr�lia, Canad�, R�ssia e Cingapura anunciaram, depois de Estados Unidos e Fran�a, medidas de proibi��o e restri��es � importa��o de produtos das zonas pr�ximas a Fukushima.
Radia��o
A R�ssia detectou nessa quarta-feira em um porto do Extremo Oriente um navio procedente do Jap�o com um n�vel de radia��o tr�s vezes superior ao normal, informou o diretor da ag�ncia de prote��o ao consumidor, Guenadi Onichenko. O navio passou por uma �rea pr�xima da central nuclear de Fukushima 1.
O governo de T�quio (250 km ao sudoeste da usina acidentada) informou na quarta-feira ter detectado em uma esta��o de tratamento de �gua n�veis de iodo radioativo duas vezes superior aos limites autorizados para o consumo de beb�s, mas destacou que nesta quinta-feira os n�veis ca�ram para os limites tolerados.
A prefeitura anunciou que o n�vel era de 79 becquerels por quilo nesta quinta-feira �s 6H00 (noite de quarta-feira no Brasil) na esta��o de tratamento de Kanamachi.
As autoridades da capital desaconselharam dar �gua de torneira aos beb�s ou fazer uso dela para preparar as mamadeiras no caso de resultado superior a 100 becquerels por quilo.
Outra cidade, Hitachiota, no munic�pio de Ibaraki, ao norte da capital, tamb�m desaconselhou o uso da �gua corrente para os beb�s.
Os programas de televis�o destacaram as preocupa��es sobre os riscos do uso da �gua corrente para lavar alimentos ou roupas. "N�o sei o que fazer", declarou Kazuko Hara, uma mulher de 39 anos, que entrou em uma fila para receber �gua engarrafada, distribu�da pela prefeitura de Bunkyo, para seu filho de tr�s meses. "Os especialistas come�aram a dizer que n�o havia motivos para entrar em p�nico. Isto me tranquilizou. Mas quando voc� v� pessoas correndo paras lojas volta a ficar tenso", disse Kazuko.
Usina
Os oper�rios retomaram nesta quinta-feira as tentativas de refrigerar o reator 3 da central de Fukushima 1, interrompidas na v�spera por uma libera��o de fuma�a negra, anunciou a Ag�ncia de Seguran�a Nuclear japonesa.
O reator 3 da central � o que mais preocupa as autoridades, j� que sofreu danos particularmente graves durante o tsunami de 11 de mar�o e ap�s a explos�o do edif�cio externo, provocado pelo ac�mulo de hidrog�nio.
Os bombeiros come�aram a jogar �gua no reator para resfriar o combust�vel e impedir que entre em fus�o, o que emitiria grandes quantidades de radioatividade na atmosfera.
Tr�s funcion�rios do reator 3 foram expostos � radia��o. Dois deles tiveram que ser hospitalizados. Os socorristas da regi�o nordeste - onde continua fazendo frio e em muitos lugares neva - continuam retirando corpos dos escombros, sem poder inciner�-los por falta de combust�vel.