
Em defesa dos direitos humanos e da vis�o compartilhada com a comunidade internacional sobre o assunto, o Brasil votou nesta quinta-feira favoravelmente ao envio de um relator especial do Conselho de Direitos Humanos da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) ao Ir�. A medida determina uma investiga��o detalhada de den�ncias de viola��o de direitos humanos. O voto oposto ao que ocorre h� dez anos, sempre em favor do Ir�, � coerente, segundo a diplomacia brasileira.
Os diplomatas que acompanham o assunto nas Na��es Unidas argumentam que o respeito aos direitos humanos � prioridade para a presidente Dilma Rousseff e que o Ir� merece aten��o. A mesma justificativa foi usada pela embaixadora do Brasil no Conselho dos Direitos Humanos da ONU, Maria de Nazar� Farani.

Mais 20 pa�ses votaram como o Brasil. Entre os contr�rios ao envio de um emiss�rio para o Ir� est�o Cuba e o Equador. A ordem de encaminhar um relat�rio para o Ir� � uma sinaliza��o da comunidade internacional de que o pa�s deve dar mais aten��o ao respeito aos direitos humanos. Essa � uma das medidas que o �rg�o pode tomar para pressionar o governo de um pa�s - com exce��o da suspens�o.
Nos �ltimos dez anos, o Brasil se absteve ou votou contra resolu��es que condenavam o Ir�. Em junho de 2010, o Brasil e a Turquia votaram contra as san��es impostas pelo Conselho de Seguran�a em decorr�ncia do programa nuclear iraniano.
De acordo com diplomatas brasileiros, o governo do Brasil, por meio do voto de hoje no Conselho, quer estimular o Ir� a demonstrar o compromisso de renovar a coopera��o com o �rg�o.
"� motivo de especial preocupa��o para n�s a n�o observ�ncia de morat�ria sobre a pena de morte , n�o apenas no Ir�, mas em todos os pa�ses que ainda praticam a execu��o de pessoas como forma de puni��o", disse a embaixadora.
Ao votar, Maria de Nazar� lembrou que o Brasil estimula a coopera��o de todos os mecanismos decorrentes de resolu��es e decis�es adotadas pelo conselho. "O Brasil tamb�m espera que o presente mandato possa contribuir para o avan�o da situa��o de direitos humanos no Ir� e que, ao mesmo tempo, abra caminho para a��es coerentes e consistentes quando nos encontrarmos frente a outras situa��es", afirmou.

No fim do ano passado, por�m, o Brasil optou pela absten��o quando o Conselho de Direitos Humanos aprovou resolu��o para expressar a preocupa��o com os m�todos de puni��o adotados pelo Ir�. Ao assumir o governo em janeiro, no entanto, Dilma condenou as penas de morte e apedrejamento no pa�s.
Dilma se referiu � condena��o da vi�va Sakineh Ashtiani, m�e de dois filhos, acusada de participar de plano para o assassinato do marido e de infidelidade. Pelos crimes, ela foi condenada, inicialmente ao apedrejamento e morte, e agora aguarda a decis�o final da Justi�a sobre um recurso pedindo a suspens�o da pena. O caso virou uma esp�cie de emblema internacional e gerou rea��es no Brasil.
O envio de um relator para investigar den�ncias de viola��o de direitos humanos no Ir� foi um pedido feito pela representa��o dos Estados Unidos no Conselho de Direitos Humanos. Suspeito de desrepeitar os direitos humanos, o governo do Ir� negou as acusa��es e disse ser alvo de ataques da comunidade internacional, liderada pelos americanos.