
As escolas das vilas por onde ele passou n�o existem mais e, por isso, as crian�as n�o t�m perspectiva de voltar �s salas de aula t�o cedo. “O que mais me tocou foi ver essas crian�as que perderam tudo, inclusive a fam�lia toda.”
H� 20 anos no Jap�o, Mogi comanda uma empresa de constru��o civil em T�quio e resolveu arrega�ar as mangas por conta pr�pria. “Fui com mais dois brasileiros e levei dois caminh�es e um trator da empresa para ajudar a desobstruir as vias e limpar as casas.”
No in�cio, a ideia era ajudar por tr�s dias, mas o trabalho era tanto que eles acabaram ficando seis dias no local.
“A gente trabalhou direto, quase sem parar, e, no fim, parece que n�o t�nhamos feito nada, tamanha a quantidade de entulhos que t�m por l�”, afirma.
Mogi e os colegas foram para a regi�o de Miyagi no dia 18. “Como o Ex�rcito e os bombeiros agiram r�pido, ach�vamos que encontrar�amos um cen�rio menos catastr�fico. Mas n�o foi o que vimos”, diz.
O brasileiro afirma que, enquanto fazia o trabalho de remo��o de entulhos, encontrou muitos corpos. “Muitos lugares n�o tinham sido vasculhados ainda e vi muitos corpos dentro dos carros”.
Como eles n�o podiam remover os mortos, enrolavam em cobertores e panos. “� tudo muito triste”, afirma.
De volta � T�quio, Mogi j� pensa em voltar para ajudar mais. “Quero levar ferramentas e equipamentos para construir ofur�s grandes com o entulho das casas”.
Entrega de alimentos

Ele e outros 11 brasileiros de v�rias regi�es organizaram um comboio com tr�s caminh�es e dois �nibus e, apesar do medo da contamina��o nuclear, levaram adiante a miss�o. “As pessoas nos agradeciam e isso me emocionou bastante”, afirma o brasileiro, que se impressionou com o sentido de grupo e a consci�ncia dos japoneses. “Uma japonesa com filho pequeno aceitou o leite e fraldas. N�s oferecemos mais uma lata, mas ela n�o aceitou e disse para darmos para outra pessoa que tamb�m estivesse precisando”, diz.
O grupo j� arrecadou outras duas toneladas de alimentos e agora estuda a melhor forma de entregar a doa��o.