A Justi�a do Uruguai processou o ex-ditador Gregorio �lvarez (1981-1985) pelo assassinato do ex-militante tupamaro Roberto Luzardo, em 1973. O juiz Ruben Fern�ndez Lecchini acusou �lvarez pelo crime de "homic�dio muito especialmente agravado". Em 1972, Luzardo se envolveu em um tiroteio com supostos outros l�deres do Movimento de Liberta��o Nacional - Tupamaros (MLN-T) e foi baleado na medula. Ele foi encaminhado em estado grave para o Hospital Militar de Montevid�u, mas, por ordem do ditador, n�o recebeu assist�ncia m�dica adequada e morreu dez meses depois.
Desde 2007, o ex-ditador est� detido devido a processos que foram retomados em decorr�ncia de exce��es dentro da Lei de Caducidade, o mecanismo de anistia da ditadura militar do pa�s. Alvarez, em 2009, foi condenado a 25 anos de pris�o pelo desaparecimento de 37 militantes que foram levados ilegalmente para a Argentina nos chamados "voos da morte", conhecidos por este nome por carregarem e atirarem ao mar presos pol�ticos na d�cada de 1970 e 1980. As opera��es tamb�m foram realizadas pelo regime repressivo da Argentina e estavam inseridas na Opera��o Condor, um plano de coopera��o entre as ditaduras militares que comandavam os pa�ses do Cone Sul na �poca. A situa��o dos processos contra agentes repressivos da ditadura militar uruguaia entrou novamente em debate ontem, com a decis�o da Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) -- o bra�o judicial da Organiza��o dos Estados Americanos (OEA) -- de condenar o Estado uruguaio pela manuten��o da Lei de Caducidade. A entidade considerou a lei como um "obst�culo" para a descoberta da verdade sobre os crimes cometidos na �poca. A validade da norma, aprovada em 1986, ap�s redemocratiza��o do pa�s, j� foi aprovada por referendos populares, mas um projeto de lei no Senado ainda em tr�mite busca anular a norma.