A estrat�gica cidade petroleira de Ajdabiya, no leste da L�bia, foi reconquistada na manh� deste s�bado pelos rebeldes, uma semana ap�s o in�cio da interven��o militar da coaliz�o internacional aprovada pelo Conselho de Seguran�a da ONU para impedir que as for�as leais ao ditador Muamar Kadhafi continuem massacrando a popula��o.
As posi��es das tropas do regime, atacadas na sexta-feira por bombardeios a�reos, estavam desertas. Agora, s�o ocupadas apenas por tanques e caminh�es carbonizados ou partidos ao meio, carros e caminhonetes reduzidos a montes de cinzas, al�m de restos de proj�teis de grosso calibre.Os soldados fugiram para oeste, pela estrada costeira.
Na pra�a, sob as �rvores, jazem os corpos de dois soldados africanos, que segundo os insurgentes seriam mercen�rios contratados pelo regime l�bio. Uma multid�o rapidamente se formou em torno deles, alguns tentavam chut�-los e cutuc�-los com peda�os de pau, mas algu�m lembrou a todos que "eles tamb�m s�o mu�ulmanos".Os soldados mortos foram ent�o carregados em uma caminhonete e levados at� o hospital da cidade.
No hospital, cuja sala de cirurgia funciona h� dez dias com apenas um gerador, o m�dico Ahmad El Ganahi disse � AFP que os combates da v�spera deixaram "tr�s feridos civis"."N�o houve mortos do lado dos insurgentes, e quanto aos homens de Kadhafi, n�o resta d�vida de que levaram seus mortos consigo", estimou.Cerca de 15 pessoas com ferimentos leves est�o internadas no centro m�dico.
Ajdabiya � a primeira cidade a voltar para as m�os dos rebeldes desde o in�cio da interven��o militar."Os confrontos foram incessantes na sexta-feira, e tudo se acalmou por volta das 23H30 (18H30 de Bras�lia). E, � meia-noite, os homens de Kadhafi foram embora", contou Omar Bashi, morador da cidade.
"Os rebeldes entraram pouco depois e nos disseram que os combates tinham terminado. J� era hora, t�nhamos apenas arroz para comer h� v�rios dias", disse Bashi.Salim Ali, acompanhado do filho Anas, de 8 anos, disse ser a primeira vez em seis dias que consegue sair de casa."Ouv�amos os combates ao nosso redor, permanec�amos dentro de casa, tentando sobreviver apenas com a gra�a de Deus", indicou.
Pelas ruas de Ajdabiya, rebeldes comemoravam com as buzinas de seus carros e fazendo o "V" da vit�ria.Segundo Chamsiddin Adbulmollah, porta-voz dos insurgentes l�bios, as tropas leais a Kadhafi est�o agora na defensiva e s�o perseguidos por rebeldes de Adjabiya.
"Ajdabiya est� 100% sob o controle de nossas for�as, e estamos perseguindo as for�as de Kadhafi na estrada para Brega, 75 quil�metros a oeste", declarou Adbulmollah em Benghazi, basti�o do movimento."As for�as de Kadhafi est�o na defensiva, j� que n�o t�m mais for�a a�rea nem armas pesadas", destacou.
O vice-ministro l�bio das Rela��es Exteriores, Khaled Kaaim, confirmou que as for�as leais a Kadhafi haviam se retirado da cidade."As for�as armadas l�bias decidiram sair de Ajdabiya esta manh�. � uma retirada. Nossas for�as voltar�o", disse Kaaim.
Um outro porta-voz dos rebeldes, Ahmed Jalifa, indicou que nove civis morreram e outras nove pessoas ficaram feridas nos combates de Ajdabiya. Os corpos de pelo menos 21 combatentes das for�as de Kadhafi foram recolhidos no deserto ap�s os ataques da coaliz�o, segundo uma fonte m�dica.
Abdulmollah destacou que os bombardeios "prepararam o campo de batalha" para os rebeldes, e afirmou que os oficiais e soldados mais experientes, que desertaram de seus postos nas for�as armadas do ditador, tiveram na quinta-feira um papel importante no cerco a Ajdabiya.Estes militares coordenaram seus ataques com a coaliz�o, a partir do momento em que os bombardeios entraram em a��o.
Os Estados Unidos anunciaram ter lan�ado 16 m�sseis Tomahawk contra alvos l�bios nas �ltimas 24 horas.Os avi�es da coaliz�o internacional j� contam 153 incurs�es pelos c�us da L�bia: 67 com ca�as americanos e 86 com ca�as dos outros pa�ses participantes, como Fran�a, Reino Unido, It�lia, Canad�, Espanha, B�lgica, Dinamarca e Qatar.
Segundo o vice-almirante americano Bill Gortney, "Kadhafi j� quase n�o tem mais dispositivos antia�reos"."Sua avia��o n�o pode voar, seus navios est�o no porto, seus dep�sitos de muni��o continuam sendo destru�dos, as torres de comunica��o ca�ram e seus bunkers de comando est�o inutiliz�veis", acrescentou.
O regime l�bio declarou na sexta-feira que est� disposto a aceitar um plano de negocia��es, estimulado pela Uni�o Africana (UA), que prop�e um cessar-fogo e o in�cio do di�logo entre os l�bios para alcan�ar uma transi��o democr�tica.