Um elevado n�vel de radioatividade foi medido neste domingo em uma camada de �gua que vazou do reator 2 da central nuclear de Fukushima, obrigando a suspens�o das opera��es de bombeamento e a evacua��o dos t�cnicos, anunciou a ag�ncia de not�cias Jiji. Depois de alarmar a comunidade internacional anunciadno que o n�vel detectado na �gua do subsolo da sala da turbina que fica atr�s do reator era "10 milh�es de vezes superior" ao toler�vel, a operadora do complexo nuclear, Tokyo Electric Power (Tepco), teve que se corrigir.
"Detectamos nas amostras de �gua taxas elevadas de c�sio e outras subst�ncias que geralmente n�o s�o encontradas na �gua do reator. Existe uma forte chance de que as barras de combust�vel tenham sido danificadas", advertiu a operadora.
Foram detectados n�veis de radioatividade de v�rias centenas de milisieverts por hora em torno dos reatores danificados da central, obrigando uma evacua��o tempor�ria dos funcion�rios que trabalham para conter a crise em Fukushima. Na �ltima quinta-feira, tr�s t�cnicos que usavam apenas botas de borracha foram contaminados pela radia��o ao caminhar por uma po�a de �gua altamente radioativa durante uma interven��o na sala da turbina do reator 3, onde o n�vel de radia��o chegava a 180 milisieverts por hora. Dois deles precisaram ser hospitalizados com queimaduras nos p�s.
Cerca de 500 t�cnicos, bombeiros e militares trabalham dia e noite na central de Fukushima para tentar resfriar os reatores com canh�es de �gua, bombas el�tricas e uma bomba equipada com uma grua de 50 metros, capaz de modificar o n�vel das piscinas de combust�vel irradiado situadas sobre os reatores. Durante quase duas semanas, as instala��es acidentadas receberam �gua de canh�es de �gua e bombas el�tricas dirigidas por guindastes gigantes. Devido aos riscos de corros�o por causa do sal da �gua marinha, a Tepco decidiu utilizar de agora em diante �gua doce.
No entanto, estas opera��es se veem dificultadas pelo aumento da radioatividade e outros problemas t�cnicos. "O Jap�o est� longe de ter sa�do do acidente", afirmou o diretor-geral da Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA), o japon�s Yukiya Amano, em entrevista publicada no New York Times.
Depois de insistir que n�o criticava a a��o das autoridades ante estas circunst�ncias extraordin�rias, Amano destacou que eram necess�rios mais esfor�os para evitar o perigo de uma cat�strofe de grande magnitude. Yukiya Amano declarou ainda que n�o acha que as autoridades japonesas estejam escondendo informa��es. No entanto, afirmou que sua recente visita ao Jap�o foi destinada a obter do premi� Naoto Kan o compromisso de uma "transpar�ncia total".
Neste domingo, centenas de pessoas participaram de manifesta��es nas cidades de T�quio e Nagoya, pedindo que o governo abandone suas centrais nucleares, atemorizados com as consequ�ncias do acidente da usina de Fukushima. Em um pa�s onde a causa antinuclear tradicionalmente mobiliza poucas pessoas, cerca de 300 pessoas se reuniram em Nagoya, atendendo � convoca��o de estudantes secundaristas preocupados com a situa��o em Fukushima, gravemente avariada depois do terremoto seguido de tsunami do dia 11 de mar�o.
Em T�quio, pouco mais de 300 manifestantes participaram de uma passeata no bairro de Ginza, gritando slogans como "N�o precisamos de energia nuclear".