(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Desabrigados no Jap�o evitam mudar para n�o serem chamados de 'covardes'


postado em 31/03/2011 15:11

  

Na tentativa de ajudar as v�timas do tsunami a reconstruir a vida, o governo japon�s come�ou um programa de transfer�ncia coletiva de abrigados para outras cidades com mais infraestrutura. Mas a maioria dos moradores prefere ficar nos abrigos por temer que sejam taxados, mais tarde, de “covardes”.

Na prov�ncia de Iwate, por exemplo, quase 10 mil moradias foram disponibilizadas em cidades do interior, com isen��o de aluguel. Mas at� o come�o desta semana, menos de 500 pessoas tinham se inscrito no programa.

Segundo reportagem do jornal Asahi, os moradores sofrem uma press�o velada das lideran�as comunit�rias, principalmente nas vilas de pescadores, para que n�o abandonem a cidade natal e ajudem a reconstrui-la.

Um dos entrevistados pelo jornal contou que, por causa disto, resolveu enviar metade da fam�lia para outra cidade. Ele ficaria na vila para ajudar a reergu�-la.

Abrigos

Cerca de 250 mil pessoas est�o em abrigos montados em escolas, gin�sios e espa�os p�blicos. Em muitos destes lugares falta �gua, energia el�trica e a distribui��o de comida � racionada.

H� tamb�m um medo dos m�dicos de que haja um surto de influenza. Psic�logos alertam ainda que o n�vel de estresse, por causa da conviv�ncia coletiva, possa aumentar e fazer com que muitos entrem em depress�o profunda.

Por isto, o governo corre para construir casas provis�rias – muitas j� est�o em fase de acabamento – ou remover os moradores para lugares que ofere�am hospitais, escolas e internatos para idosos.

A ideia � que os desabrigados fiquem em alojamentos p�blicos, moradias provis�rias ou hot�is, longe das �reas destru�das. E para evitar que as vilas e aldeias desapare�am, o projeto prev� o retorno em massa destes moradores, assim que a infraestrutura esteja recuperada.

Mas o plano, a princ�pio, n�o foi bem interpretado pelos habitantes locais. A tarefa do governo agora � convencer as lideran�as de que esta � a melhor solu��o.

Home stay

V�rias prov�ncias japonesas tamb�m come�aram a sele��o de fam�lias que possam receber, por at� um ano, crian�as e jovens em idade escolar, no sistema de home stay.

Em Yokohama, na prov�ncia de Kanagawa, uma fam�lia brasileira est� na lista � espera da aprova��o. Silvia So, de 48 anos, contou que preencheu o formul�rio e est� disposta a cuidar de uma destas crian�as.

“Vi muita gente querendo ajudar, mas n�s estrangeiros nos esquecemos, �s vezes, de que estamos num pa�s com uma cultura completamente diferente. Por isso, � preciso ter muito cuidado na forma como oferecemos essa ajuda”, fala a brasileira, que prefere seguir a orienta��o das autoridades sobre a melhor forma de ajudar.

Apesar da boa vontade, nem todos os japoneses se sentem confort�veis com tanta ajuda. Isto porque, desde pequenos, eles aprendem que n�o devem incomodar os terceiros.

Mio Saito, de 16 anos, por exemplo, n�o quer sair da cidade onde nasceu e cresceu, mesmo que isto signifique perder um ano escolar. Ela est� abrigada com a m�e a irm� numa escola p�blica de Minami Sanriku, na prov�ncia de Miyagi, vila que foi totalmente destru�da pelo tsunami.

“� um problema que vai demorar a ser resolvido e, se eu for para a casa de algu�m, n�o ser� por um tempo curto. Por isso, prefiro n�o incomodar”, diz a garota.

Mio conta que viu quando sua casa foi levada pela onda gigante e se deparou com muitos corpos nos dias seguintes � trag�dia. Mesmo assim, ela n�o perdeu a esperan�a e diz que vai ajudar a reconstruir a vila. “N�o somos esses ‘coitadinhos’ que a m�dia tenta mostrar”, critica.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)