O primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi afirmou, nesta sexta-feira, que est� preocupado com a dimens�o da imigra��o do norte da �frica para a costa italiana.
Ap�s uma reuni�o extraordin�ria com os ministros de seu governo para discutir a situa��o, ele anunciou que ir� � Tun�sia na pr�xima segunda-feira para tentar impedir a chegada de novos refugiados � It�lia. “O que temos diante de n�s � um tsunami humano que pode assumir dimens�es importantes. Mais de 20 mil clandestinos chegaram ao nosso pa�s”, disse o premi�.
Desde o in�cio do ano, milhares de imigrantes desembarcaram na ilha de Lampedusa, na Sic�lia, provenientes sobretudo da Tun�sia, mas tamb�m da L�bia e do Egito.
A ilha � o principal ponto de desembarque dos refugiados africanos. O n�mero de imigrantes j� superou o de residentes e a ilha se tornou palco de protestos tanto dos refugiados, que reclamam das m�s condi��es de vida, quanto dos locais, que se manifestam contra o que consideram uma invas�o de territ�rio.
Os imigrantes de Lampedusa vivem em condi��es miser�veis. Muitos est�o acampados na regi�o do porto ou dormem ao ar livre.
Repatria��o
Em entrevista ap�s a reuni�o, Berlusconi afirmou que a primeira provid�ncia a ser tomada pelo governo italiano � enviar cem tunisianos em situa��o irregular por dia de volta a seu pa�s.
Segundo as autoridades, a maioria dos que desembarcaram na It�lia fugindo do caos pol�tico no norte da �frica s�o imigrantes irregulares e n�o refugiados pol�ticos.
A legisla��o italiana prev� a repatria��o dos irregulares, ap�s um processo de identifica��o em centros de hospedagem tempor�ria.
De acordo com o plano do governo, Lampedusa ser� esvaziada aos poucos. Em 48 horas, 7 mil barracas ser�o montadas em diversas cidades italianas para receber os imigrantes que deixar�o a ilha.
No entanto, muitos prefeitos, sobretudo do norte do pa�s, argumentam que devem acolher apenas as pessoas com status de refugiados pol�ticos.
Uni�o Europeia
Muitos dos estrangeiros que chegam a It�lia tem como meta final a Fran�a ou a Alemanha, onde residem parentes que podem hosped�-los.
No entanto, o governo franc�s fechou as fronteiras com a It�lia para evitar a passagem de imigrantes para seu territ�rio.
Berlusconi disse que "h� um ego�smo generalizado, muito negativo, dos chefes de governo europeus" diante da crise humanit�ria e insistiu por uma interven��o da Uni�o Europeia na crise.
Diante da demora na resposta dos pa�ses do bloco europeu, o ministro do Interior, Roberto Maroni, prop�s facilitar a entrada dos imigrantes em seus destinos finais. “Podemos conceder um visto tempor�rio aos imigrantes que pretendem encontrar seus familiares em outros pa�ses europeus”, disse.
Segundo o ministro, esta iniciativa serviria como um instrumento de press�o diante da falta de colabora��o dos outros pa�ses. “Queremos aplicar os princ�pios de solidariedade europeia. Quem quiser ir para a Fran�a n�o deve ser obrigado a permanecer na It�lia", afirmou Maroni.
Ajuda financeira
O primeiro-ministro italiano anunciou tamb�m que far� uma viagem � Tun�sia na pr�xima segunda-feira, com o objetivo de convencer as autoridades do pa�s a impedir a sa�da de barcos para costa da It�lia, mediante ajuda econ�mica.
A proposta de Roma ao governo tunisiano prev� um suporte econ�mico da It�lia para auxiliar os imigrantes no retorno a seu pa�s, com custos definidos como “sustent�veis”. “A Tun�sia tem interesse em que os jovens permane�am e trabalhem em seu pa�s. N�s temos um `Plano Marshall´ que prev� uma interven��o europeia n�o s� na Tun�sia, mas em todos os pa�ses daquela regi�o”, disse Berlusconi.
O plano inclui ainda uma oferta de 100 milh�es de euros � Tun�sia para ajudar a bloquear as viagens para a It�lia.