Autoridades mexicanas anunciaram ter encontrado 59 corpos em oito valas comuns diferentes no Estado de Tamaulipas, na fronteira com os Estados Unidos. O governo diz estar investigando se os restos mortais pertencem a passageiros de um �nibus que foi sequestrado por supostos traficantes de drogas, que tamb�m exploram pessoas que pretendem entrar ilegalmente nos EUA, duas semanas atr�s.
A descoberta dos corpos coincidiu com grandes protestos contra a viol�ncia realizados em mais de 20 cidades do pa�s. Na Cidade do M�xico, milhares de manifestantes gritavam "chega de sangue" e alguns chegaram a pedir a ren�ncia
Cerca de 35 mil mexicanos morreram por causa da viol�ncia relacionada ao tr�fico desde que Calder�n come�ou a usar o Ex�rcito para lutar contra os cart�is, em dezembro de 2006. Cidad�os mexicanos que vivem no exterior tamb�m realizaram protestos menores em Nova York, Buenos Aires, Paris, Madri e outras cidades ao redor do mundo.
'Pa�s rasgado'
Os protestos no M�xico foram convocados pelo poeta e jornalista Javier Sicilia, cujo filho foi assassinado na semana passada. Juan Francisco, de 24 anos, foi encontrado morto dentro de um carro junto com outras seis pessoas na cidade de Cuernavaca, a 80 quil�metros da capital.
Sicilia culpou pol�ticos mexicanos assim como os traficantes pela viol�ncia, dizendo que eles "rasgaram as bases da na��o". Em uma carta aberta publicada na revista Proceso, Sicilia diz que a guerra de Calder�n contra o tr�fico foi "mal planejada, mal realizada e mal liderada".
"Os cidad�os perderam a confian�a em seus governantes, sua pol�cia, seu Ex�rcito, e est�o amendrontados e sofrendo", escreveu ele. Chamando os criminosos de "sub-humanos, demon�acos e imbecis", Sicilia disse:
"Estamos cheios de sua viol�ncia, sua perda de honra, sua crueldade e falta de sentido."
Antes das manifesta��es, o jornalista se encontrou com o presidente Calder�n na Cidade do M�xico. Ele disse que o presidente ofereceu suas condol�ncias e informou-o dos esfor�os para encontrar os assassinos de seu filho.
Valas comuns
O governo mexicano diz estar conseguindo resultados contra os cart�is de drogas e afirma ter prendido ou matado muitos dos principais l�deres dos criminosos. Segundo as autoridades, grande parte do derramamento de sangue � resultado das brigas entre gangues rivais.
Esta vis�o foi repetida pela chefe da Ag�ncia Anti-Drogas dos EUA, Michele Leonhart, durante uma confer�ncia na cidade mexicana de Canc�n, na quarta-feira. "Pode parecer contradit�rio, mas o deplor�vel n�vel de viol�ncia � um sinal de sucesso na luta contra as drogas", afirmou Leonhart. Os cart�is "est�o como animais enjaulados, atacando uns aos outros".