O candidato � Presid�ncia do Peru e ex-mandat�rio Alejandro Toledo, considerado um dos favoritos no in�cio da campanha, chega � reta final do primeiro turno disputando voto a voto uma vaga no segundo turno e apostando no medo dos eleitores para voltar � Presid�ncia do pa�s. O primeiro turno do pleito que ir� determinar o sucessor do presidente Alan Garc�a ocorrer� neste domingo. Pesquisas de inten��o de voto d�o vantagem ao candidato nacionalista Ollanta Humala e indicam que ele deve ir com facilidade ao segundo turno. No entanto, sua aproxima��o com o presidente venezuelano, Hugo Ch�vez, que ele tentou evitar durante a campanha, lhe rendeu uma forte rejei��o por parte do eleitorado.
� essa rejei��o que Toledo e os demais candidatos t�m buscado explorar. %u201CSou o �nico que ganharei de Ollanta Humala no segundo turno. Por isso, pe�o a voc� que neste domingo vote com consci�ncia", afirmou Toledo na campanha. "Proponho mudan�as para a economia crescer, mas com distribui��o social. Humala oferece mudan�a, mas na Constitui��o, ao estilo de Hugo Ch�vez e Evo Morales (presidente da Bol�via)", acrescentou. %u2018Mal menor%u2019 De acordo com as �ltimas pesquisas, Toledo, que governou o Peru entre 2001 e 2006, disputa a vaga para o segundo turno com a candidata conservadora Keiko Fujimori e com seu ex-ministro de Economia Pedro Pablo Kuczyinski. Na opini�o de analistas ouvidos pela BBC Brasil, Toledo realizou uma campanha centrada em ataques a seus advers�rios e com poucas propostas de governo, fator que teria determinado sua queda nas pesquisas. "Toledo pensou que poderia ganhar inclusive no primeiro turno. A soberba foi seu erro", afirmou o economista e analista pol�tico Jorge Gonz�lez Izquierdo. Mas especialistas consideram que, diante de um eleitorado vol�vel, Toledo tende a capitalizar os votos dos indecisos na reta final e pode ser visto como "um mal menor" pelos eleitores que resistem �s candidaturas de Humala e de Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori. A vantagem de Toledo, de acordo com analistas, � que o ex-presidente circula entre a esquerda e a direita com mais facilidade que seus advers�rios. "Toledo pode negociar com diferentes setores. N�o h� um grupo que controle seu trabalho", afirmou o soci�logo peruano Julio Cotler a jornalistas em Lima. Visto como um dos facilitadores dos projetos de infraestrutura entre Peru e Brasil, Toledo parece ser o preferido das empreiteiras brasileiras, que aparecem como as principais colaboradoras � campanha do ex-presidente. A empreiteira Queiroz Galv�o destinou R$ 105, 7 mil, seguido da Galv�o Engenharia, com R$ 104 mil, e da construtora Camargo Correa, que doou R$ 97, 1 mil � campanha do candidato de centro-direita. O ex-presidente tamb�m n�o poupou ataques a Keiko Fujimori, com quem tenta disputar parte do eleitorado popular, base de apoio do fujimorismo. "A democracia que defendemos ontem, devemos preserv�-la agora", escreveu Toledo em sua conta no Twitter, em refer�ncia � volta da fam�lia Fujimori ao poder. PPK O Apra, partido de Alan Garc�a, ainda n�o revelou se apoiar� Toledo ou Kuczynski, candidato que representa a direita no pleito. Conhecido como PPK, Kuczynski foi ministro de Economia de Toledo e ministro de Energia no governo de Fernando Bela�nde nos anos 1980. Formado em economia nos EUA, PPK defende uma pol�tica abertamente pr�-mercado. Assim como os demais candidatos que disputam vaga no segundo turno, ele defende a continuidade das pol�ticas econ�micas do atual governo. "N�o sou um pol�tico que enrola as coisas. Sou um t�cnico que soluciona os problemas", afirmou PPK em um com�cio, ao prometer levar o Peru � "modernidade" para "acabar com a pobreza". Durante a campanha, PPK foi atacado por possuir dupla nacionalidade, peruana e americana. Com uma campanha financiada principalmente por seus familiares, ele aparece como uma das surpresas na reta final da campanha. "N�o h� nada mais peruano que Toledo e Humala e n�o h� nada mais gringo que Kuczynski", afirmou Cotler. Assim como Toledo, PPK afirma que somente sua candidatura � capaz de derrotar Humala no segundo turno, em que todos os analistas coincidem que haver� uma esp�cie de frente anti-Humala. "Humala tem medo de n�s. Por isso quer que Toledo v� ao segundo turno. (Humala) sabe que sim, vamos ganhar dele", escreveu PPK no Twitter.