
A Europa n�o poder� "se eximir" de responsabilidade ante o fluxo de imigrantes procedentes da Tun�sia e da L�bia, afirmou neste s�bado o chefe de governo italiano, Silvio Berlusconi, ao visitar a pequena ilha de Lampedusa. "N�o � um problema italiano, mas um problema europeu", reafirmou o presidente do Conselho em entrevista � imprensa na ilha onde v�m desembarcando, nos �ltimos meses, milhares de imigrantes ilegais tunisianos, assim como refugiados africanos procedentes da L�bia.
Berlusconi anunciou a realiza��o de dois voos di�rios, a partir de agora, a partir de Lampedusa, para repatriar os procedentes da Tun�sia. "Contamos com a dissuas�o psicol�gica. Quando souberem que todos os cidad�os tunisianos ser�o mandados de volta imediatamente, os que t�m a inten��o de vir v�o passar a se perguntar se vale mesmo a pena", disse Berlusconi.
O chefe de governo italiano tamb�m considerou que "n�o pode haver uma resposta ego�sta" ante o que chamou de "um tsunami humano". Recordou que os pa�ses do sul da Europa haviam solicitado a ajuda da Uni�o Europeia para acolher os imigrantes. "Esperamos uma resposta. A UE n�o pode fugir" do problema, disse.

Ao referir-se � Alemanha, afirmou que a chanceler Angela Merkel "deve entender que � necess�rio definir uma resposta comum da Europa", embora compreenda "alguns comportamentos (...) num momento pol�tico dif�cil, no qual a impopularidade vem sendo a marca dos governos".
Berlusconi chegou s�bado � ilha de Lampedusa, onde, apesar de ser esvaziada �s pressas, continuam chegando centenas de imigrantes provenientes dos pa�ses do Magreb. Uma tarefa dif�cil: �s 14H30 (12H30 GMT), 244 imigrantes provenientes da L�bia desembarcaram na ilha, enquanto outra embarca��o, vinda ao que parece da Tun�sia, com 50 pessoas, entre elas uma mulher, foi auxiliada em alto mar, antes de chegar ao litoral.
Quando Berlusconi visitava "a colina da vergonha", coberta de sujeira h� dias, e que foi limpa para a ocasi�o, um terceiro barco aportou � praia de Cala Madonna, um outro poto da ilha. Na noite de sexta-feira, desembarcaram 530 refugiados africanos provenientes da L�bia.
"Centenas de somalis, nigerianos e eritreus vieram na embarca��o, de 30 metros de comprimento. Estavam esgotados. Alguns at� desmaiaram quando deixaram o barco", disse � AFP Vittorio Alessandro, porta-voz da guarda-costeira de Lampedusa. "Havia m�es, rec�m-nascidos e pessoas de idade que usavam bengalas", contou Barbara Molinario, do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR).