A L�bia rejeitou neste s�bado acusa��es de que tenha atacado �reas residenciais de Misrata, no oeste do pa�s, com as chamadas bombas-cacho, proibidas por uma conven��o internacional em mais de cem pa�ses.
O Brasil e a L�bia est�o entre os pa�ses que n�o aderiram ao tratado que pro�be as "cluster bombs".

"Nos os desafiamos a mostrar as provas. Se tivermos usados estas bombas, as evid�ncias durar�o dias, semanas", disse o porta-voz do governo, Moussa Ibrahim, negando as acusa��es da ONG.
"Sabemos que a comunidade internacional est� vindo em massa para o nosso pa�s, portanto n�o podemos fazer isso (usar as bombas). N�o podemos fazer algo que v� nos incriminar, mesmo se for contra criminosos."
O rep�rter da BBC Jon Leyne, que est� em Benghazi, disse que a bomba que a L�bia est� sendo acusada de usar � uma MAT-120, produzida na Espanha antes do in�cio da validade da conven��o internacional que pro�be as bombas-cacho.
As bombas-cacho s�o banidas em 108 pa�ses por sua capacidade de causar danos indiscriminados. Este tipo de explosivo carrega dentro de si explosivos menores, que s�o liberados � medida que a bomba percorre o seu trajeto, espalhando-se por vastas �reas.
A MAT-120 � lan�ada a partir de um lan�ador e espalha outras 21 bombas menores.
Segundo Leyne, h� ainda evid�ncias de que as for�as l�bias estejam usando foguetes Grad, tecnicamente legais mas com uma grande capacidade de destrui��o.
Esses m�sseis tamb�m s�o lan�ados a partir de uma plataforma, capaz de carregar 40 armamentos de uma s� vez.
Os Grad est�o sendo apontados como os respons�veis por in�meras mortes de civis l�bios, incluindo as de oito pessoas que faziam fila para comprar p�o quando foram acertadas.
A L�bia foi um dos pa�ses que n�o assinaram o documento, adotado em Dublin, na Irlanda, em 2008. Outros pa�ses, como os EUA, Israel, R�ssia, China e o Brasil tamb�m ficaram de fora.
Misrata sob ataque
Neste s�bado, novas explos�es e trocas de tiros foram ouvidas em Misrata. Um morador da �rea de Qasr Ahmed disse � BBC que os ataques foram retomados �s 6h30 no hor�rio local (1h30 em Bras�lia).
H� cerca de dois meses os rebeldes t�m resistido aos ataques do regime na cidade portu�ria, um dos pontos estrat�gicos de contato da L�bia com o exterior.
Entretanto, h� evid�ncias de que as for�as do governo t�m usado armamentos pesados e tentado cortar a liga��o de Misrata com o resto do pa�s, uma das raz�es que t�m levado diplomatas ocidentais a defender a��es militares mais agressivas contra as tropas de Khadafi.
Na sexta-feira, o ministro de Defesa franc�s, Gerard Longuet, defendeu que o Conselho de Seguran�a da ONU adote uma nova resolu��o dando aos aliados mais poderes para atingir seus objetivos na L�bia.
Ap�s uma reuni�o de l�deres da alian�a militar do Atl�ntico Norte, a Otan, Estados Unidos, Reino Unido e Fran�a emitiram uma carta conjunta afirmando que n�o haver� paz em territ�rio l�bio enquanto o coronel l�bio Muamar Kadafi continuar no poder.
Uma rep�rter da BBC que conseguiu chegar � cidade por via mar�tima disse que os blecautes de energia s�o di�rios e os hospitais j� n�o t�m leitos para atender a tantas v�timas, entre as quais est�o civis e crian�as.
Em carta aberta publicada na sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, seu colega franc�s, Nicolas Sarkozy, e o primeiro-ministro brit�nico, David Cameron, pediram que a Otan continue "pressionando Kadafi" e "protegendo os civis l�bios".
Mortes pelas bombas de cacho
Segundo c�lculos da Handicap International, ONG que atua em favor do banimento dessa arma, as bombas cluster mataram ou feriram mais de 100 mil pessoas desde 1965, sendo 98% civis e mais de 25% de crian�as.