CIDADE DO VATICANO, 22 Abr 2011 - O Papa Bento XVI fez um apelo �s autoridades iraquianas a ajudar os crist�os, ao mesmo tempo em que exortou os marfinenses a renunciar � viol�ncia, numa entrevista transmitida pela televis�o, durante a qual falou longamente sobre o sofrimento, por casi�o da Sexta-Feira Santa.
Nas 2.000 quest�es que chegaram � RAI, foi feita uma pequena sele��o: uma menina japonesa, uma mulher mu�ulmana da Costa do Marfim, estudantes crist�os de Bagd�, uma mulher italiana ao lado de seu filho em coma.
O programa foi gravado h� uma semana na biblioteca do Pal�cio Apost�lico.
Num dos momentos mais emocionantes, Bento XVI responde a uma japonesa de sete anos, que sentiu "a casa tremer muito" durante o sismo de 11 de mar�o no Jap�o e que perguntou a ele por que as crian�as tinham de sofrer.
"Querida Elena, cumprimento-a de todo o cora��o. Tamb�m eu me pergunto: por que isso aconteceu? Por que voc�s t�m de sofrer tanto, enquanto outros vivem comodamente?", respondeu o Papa.
"N�o temos resposta, mas sabemos que Jesus sofreu como voc�s, inocentes. Isso me parece muito importante, apesar de n�o termos respostas, mas Deus est� ao seu lado", disse o Pont�fice � menina.
Em resposta a sete estudantes iraquianos - quatro mulheres e tr�s homens, Bento XVI disse que "as institui��es" no Iraque e "todos aqueles" que tenham realmente possibilidade" devem "fazer alguma coisa" para ajudar os crist�os, amea�ados por islamitas a emigrar - evocando a s�rie de atentados, como os de 31 de outubro passado, assumido pela Al-Qaeda, que fez 46 mortos, na catedral sir�aca cat�lica de Bagd�.
"Queremos um trabalho de reconcilia��o, de compreens�o, igualmente com o governo, para ajud�-los num caminho dif�cil de recompor uma sociedade dilacerada", acrescentou.
O papa Bento XVI tamb�m pediu "a todas as partes" envolvidas no conflito na Costa do Marfim "a renunciar � viol�ncia e buscar o caminho da paz".
Ele respondeu, assim, a uma pergunta feita por uma mulher mu�ulmana da Costa do Marfim, Bintu, que se lamentava do conflito existente h� anos nesse pa�s africano.
"Estou triste por poder fazer t�o pouco, mas convido todas as partes a renunciar � viol�ncia, a buscar as vias da paz. Para a recomposi��o de seu povo, n�o podem usar meios violentos, apesar de acharem que t�m raz�o", disse.
Bento XVI tamb�m falou sobre a eutan�sia, condenada pela Igreja.
Uma m�e italiana, filmada ao lado do filho em coma profundo h� dois anos, falou sobre o seu "calv�rio": "Vossa Santidade, a alma de meu filho Francesco que est� em estado vegetativo desde a P�scoa de 2009 abandonou seu corpo, uma vez que n�o est� mais consciente, onde est� ele agora?"
A alma de Francesco est� "ainda presente em seu corpo", respondeu o papa.
Daqui a pouco, para a cerim�nia no Coliseu da Via Sacra, uma religiosa italiana redigiu as medita��es que devem ser lidas nas quatorze esta��es que lembram as etapas da paix�o de Cristo, at� sua morte na cruz.
A irm� Maria Rita Piccione, da Federa��o de freiras augustinas, deve evocar "a persegui��o contra a Igreja de ontem e de hoje" que "mata crist�os em nome de um deus estranho ao amor e que ataca a dignidade".
A cruz ser� levada por homens e mulheres de diferentes nacionalidades, em especial uma et�ope e uma eg�pcia. Bento XVI dever� carreg�-las nas duas �ltimas esta��es.