O presidente palestino, Mahmoud Abbas, e o l�der do Hamas, Haled Mashal, assinaram nesta quarta-feira, no Cairo, um acordo de reconcilia��o ap�s quatro anos de cis�o entre os grupos.
Na cerim�nia no Cairo, Abbas disse que o acordo "fecha uma p�gina negra na hist�ria do povo palestino que causou muito danos".
O acordo estabelece a forma��o de um governo de transi��o, integrado por tecnocratas, cujas principais tarefas ser�o preparar as pr�ximas elei��es palestinas e reconstruir a Faixa de Gaza.
Ainda n�o est� claro se este governo de transi��o ir� reestruturar as for�as de seguran�a, que respondiam a comandos diferentes - o Hamas vinha controlando as for�as de seguran�a na Faixa de Gaza, e o Fatah as da Cisjord�nia.
As elei��es dever�o ser realizadas dentro de um ano, no dia 4 de maio de 2012. Elas eleger�o o Parlamento e o presidente da Autoridade Palestina.
O presidente Abbas declarou nesta quarta-feira que n�o pretende se recandidatar ao cargo. Mais 13 fac��es palestinas menores expressaram seu apoio ao acordo, assinando os termos na ter�a-feira. O representante da Frente Popular pela Liberta��o da Palestina, Maher al-Taher, disse que o grupo assinou o acordo, embora "tenha reservas".
Walid al-Awad, do Partido do Povo Palestino, tamb�m afirmou que seu partido discorda de v�rios pontos, mas decidiu dar prioridade "ao interesse nacional".
O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, condenou o acordo e afirmou que se trata de um "golpe duro ao processo de paz".
Netanyahu deu um ultimato a Abbas, afirmando que o presidente palestino deve escolher entre a paz com Israel ou com o Hamas.
Poucas horas antes da assinatura, o premi� israelense pediu a Abbas que "cancele imediatamente" o acordo com o Hamas. O vice-ministro da Defesa de Israel, Matan Vilnay, disse que n�o acredita no acordo entre o Fatah e o Hamas pois, segundo ele, "os grupos n�o concordam em coisa alguma".
Vilnay mencionou a diverg�ncia entre as principais fac��es palestinas sobre a elimina��o do l�der da Al-Qaeda, Osama Bin Laden, pelos Estados Unidos. "O Fatah elogiou e o Hamas condenou", disse Vilnay, "que denominador comum eles podem ter?", perguntou e reiterou a posi��o do governo israelense, para quem o Hamas � um "grupo terrorista que quer destruir Israel".
Mas dentro do pr�prio governo h� quem veja o acordo como um sinal positivo. O jornal Haaretz publicou um relat�rio confidencial produzido pelo departamento de Planejamento Diplom�tico do minist�rio das Rela��es Exteriores, em que diplomatas do minist�rio prop�em que o governo adote uma posi��o mais "construtiva" em rela��o � reconcilia��o entre as fac��es palestinas, pois ela poderia ser vista como uma "oportunidade" para um avan�o no processo de paz.