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Estado de Minas

L�bia foi alvo de primeiro bombardeio a�reo da hist�ria


postado em 10/05/2011 09:35



A It�lia recentemente disse estar pronta para se juntar �s opera��es de ataques a�reos da Otan contra alvos na L�bia – um an�ncio que trouxe � tona uma sensa��o de repeti��o da hist�ria.

Foi na L�bia, h� exatamente um s�culo, que um jovem piloto italiano realizou o primeiro ataque a�reo j� feito.
Durante combates em novembro de 1911, entre a It�lia e for�as leais ao Imp�rio Otomano turco, o tenente Giulio Gavotti escreveu em uma carta a seu pai: "Hoje decidi tentar lan�ar bombas a partir do avi�o’’. "� a primeira vez que n�s iremos tentar isso. Se formos bem-sucedidos, ficarei satisfeito em ser a primeira pessoa a faz�-lo."

Pouco depois, o tenente Gavotti se pendurava do lado de fora de seu fr�gil monoplano e arremessava uma bomba contra tropas em um o�sis no deserto abaixo.

Guerra a�rea

E assim a guerra chegou aos ares, com a primeira bomba sendo lan�ada sobre um deserto na L�bia.
As cartas foram usadas para ilustrar uma edi��o do programa radiof�nico do Servi�o Mundial da BBC, Witness - que se vale de testemunhos pessoais para reconstituir eventos-chave na hist�ria mundial.

A BBC obteve c�pias das cartas que o tenente escreveu na L�bia. Na �poca, a It�lia era ainda um pa�s novo, que havia sido unificado havia menos de 50 anos.
O pa�s estava �vido por conquistas e enxergou em partes do Imp�rio Otomano em decl�nio regi�es prontas para serem tomadas – entre elas, territ�rios na L�bia.

Com a eclos�o da guerra, o tenente Gavotti recebeu ordens de colocar v�rios avi�es de carga a bordo de um navio e partir para o Norte da �frica.

Miss�o secreta

Ele imaginava que teria apenas de realizar miss�es de reconhecimento por l�, mas depois percebeu que mais seria exigido dele. “Hoje, duas caixas de bombas chegaram’’, ele escreveu em uma carta a seu pai, enviada de N�poles: "A expectativa � que n�s as lancemos a partir de nossos avi�es." "� muito estranho que nada disso nos tenha sido dito antes e que n�o tenhamos recebido nenhuma instru��o. Portanto, estamos trazendo as bombas a bordo com a maior precau��o.’’ "Ser� muito interessante experiment�-las nos turcos."

Ao trazer aeronaves para a frente de batalha, os italianos estavam fazendo algo que n�o tinha sido feito antes. Isso foi apenas oito anos ap�s os Irm�os Wright, dos Estados Unidos, considerados por muitos os pais da avia��o, terem realizado um pioneiro voo curto. Voar ainda estava em sua inf�ncia. "Assim que o tempo estiver bom, eu irei para o acampamento e levarei meu avi�o", escreveu Gavotti.

Bomba no bolso

"Perto do assento, eu mantinha uma pequena caixa de couro preenchida com estofamento. Eu coloquei as bombas ali dentro com muito cuidado. Elas eram bombas pequenas, que pesavam um quilo e meio cada uma. Eu as coloquei na caixa e outra no bolso de minha jaqueta.’’

Gavotti decolou e partiu para Ain Zara, que atualmente � apenas uma cidade ao leste de Tr�poli, na �poca era descrita como sendo um pequeno o�sis.

L�, a expectativa era de que ele encontrasse combatentes �rabes e tropas turcas que haviam se aliado na luta contra a invas�o italiana.

Em sua carta, que foi disponibilizada para a BBC por seu neto, Paolo de Vecchi, o tenente escreve: "Depois de um tempo, eu percebi a forma escura do o�sis. Com uma m�o, segurei o volante, com a outra, tirei uma das bombas e a coloquei no meu colo." "Estou pronto. O o�sis fica a cerca de um quil�metro de dist�ncia. Vejo as tendas �rabes muito bem. Carrego a bomba com a m�o direita, retiro a etiqueta de seguran�a e jogo a bomba para fora, evitando a asa." "Posso v�-la caindo por alguns segundos e em seguida ela desaparece. Depois de um pouco de tempo, posso ver uma pequena nuvem escura no meio do acampamento. "

"Eu atingi o alvo!"

"Lancei outras duas bombas com menos sucesso. Ainda tenho uma que eu decidi lan�ar mais tarde sobre um o�sis pr�ximo a Tr�poli.’’

"Retornei realmente satisfeito com o resultado. Fui direto me reportar para o general Caneva. Todo mundo est� satisfeito."

De volta � It�lia, a imprensa ufanista relatou o feito com grande estardalha�o. Com sua pequena bomba, o tenente Gavotti pode ter imposto poucas baixas, se � que imp�s alguma, em sua incurs�o solit�ria contra um o�sis empoeirado l�bio.

Mas ele havia mostrado pela primeira vez que era poss�vel realizar ataques a partir de uma aeronave.
Mais tarde, bombardeios come�ariam a entrar na hist�ria pelo alto n�mero de civis que mataram - como Guernica, Dresden e Hiroshima –, causando estragos que o jovem piloto italiano mal poderia ter imaginado.


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