
Subiu para 21 o n�mero de mortos e para 141 o de feridos ap�s tr�s explos�es coordenadas ocorrerem em Mumbai, cora��o da capital financeira da �ndia. Trata-se do pior epis�dio desse tipo no pa�s desde novembro 2008, quando uma s�rie de ataques na mesma cidade deixou 166 mortos. Corpos ensanguentados se espalhavam pelas rua e mercados lotados da cidade. Portas foram arrancadas, motocicletas ficaram carbonizadas e pontos de �nibus ficaram em peda�os. Ap�s as explos�es, em tr�s locais diferentes a pol�cia estabeleceu postos de checagem e foi colocada em alerta.
Os ataques ocorreram meses depois de as conversa��es de paz entre �ndia e Paquist�o terem sido retomadas. O governo indiano responsabiliza o Paquist�o pelos ataques de 2008. O primeiro-ministro Manmohan Singh condenou as explos�es e pediu � popula��o de Mumbai que "permane�a calma e mostre unidade".
Sobreviventes levavam os feridos em t�xis. Um homem foi retirado numa prancha vermelha, usada como maca. Pessoas sujas de sangue foram colocadas na parte de tr�s de um caminh�o de carga que os leva para o hospital, onde as alas est�o cheias de feridos.
'Socorro, socorro'
No Bazar Jhaveri, uma testemunha disse ter visto duas motos explodindo e pelo menos seis mortos. "As pessoas gritavam 'socorro, socorro'", disse o homem a uma emissora de televis�o. Multid�es se aglomeraram nos locais das explos�es enquanto a pol�cia interrogava testemunhas e investigadores usando luvas procuravam pistas em meio aos escombros.
"A �ndia n�o vai se abater", disse o ministro Farooq Abdullah. "Vamos lembrar os autores desses ataques que vamos encontr�-los e se Deus quiser, daremos a eles a justi�a na qual a �ndia acredita." Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelos ataques e autoridades indianas se recusaram a especular sobre quem pode estar por tr�s das explos�es.
Autoridades indianas acusaram a poderosa ag�ncia de espionagem paquistanesa de ter ajudado a coordenar e de ter patrocinado ataques anteriores, dentre eles o de 2008. As negocia��es de paz entre os pa�ses foram suspensas ap�s o epis�dio e s� recentemente foram retomadas.
Pesar
O governo paquistan�s expressou pesar pela perda de vidas e pelos feridos assim que as explos�es desta quarta-feira foram anunciadas. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tamb�m condenou os "ataques ultrajantes".
"O povo norte-americano vai apoiar o povo indiano nos momento de prova��o e vai oferecer seu apoio aos esfor�os da �ndia de levar os autores desses terr�veis crimes � Justi�a", disse ele em comunicado. "Eu n�o tenho d�vida de que a �ndia vai superar esses deplor�veis ataques terroristas." A secret�ria de Estado Hillary Clinton disse que vai manter os planos de visitar a �ndia na semana que vem apesar dos ataques. Apoiar a �ndia "� mais importante do que nunca", declarou ela.
As explos�es marcam o primeiro grande ataque em Mumbai desde que dez militantes realizaram um cerco � cidade durante 60 horas em novembro de 2008. Os alvos daqueles ataques foram dois hot�is de luxo, um centro judaico e uma movimentada esta��o de �nibus.
O analista de defesa C. Uday Bhaskar disse que os ataques mostraram que Mumbai continua vulner�vel, apesar das precau��es tomadas ap�s os ataques de 2008. "A pol�cia local n�o tem capacidade para antecipar tais ataques e isso vai ser um desafio constante", disse ele.
Alguns meios de comunica��o divulgaram erroneamente que os ataques desta quarta-feira aconteceram no anivers�rio de Ajmal Kasab, o �nico atirador sobrevivente dos ataques a Mumbai em 2008. Mas Kasab, que foi condenado � morte, nasceu em 13 de setembro.
Tens�o
Desde os ataques de 2008, a tens�o � grande na cidade. Em dezembro, as autoridades enviaram mais policiais para as ruas ap�s receber informa��es de intelig�ncia de que grupos militantes sediados no Paquist�o pretendiam realizar ataques durante o Ano Novo.
Em mar�o de 2010, a pol�cia de Mumbai disse ter evitado um ataque terrorista ap�s prender dois indianos que, segundo os policiais, estavam se preparando para atacar v�rios alvos na cidade. Em setembro, a pol�cia emitiu um alerta de terrorismo para a cidade durante um popular festival hindu.
No m�s passado, a �ndia e o Paquist�o realizaram suas primeiras negocia��es sobre a disputada regi�o da Caxemira desde os ataques contra Mumbai em 2008. Os dois pa�ses, que tem armas nucleares, reclamam toda a Caxemira e duas guerras das tr�s guerras que travaram foram sobre a posse da regi�o.