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Estado de Minas

Governo chileno negocia mudan�as com estudantes

As lideran�as estudantis prometeram dar uma resposta ao governo at� quinta-feira


postado em 05/09/2011 18:15

O governo chileno apresentou nesta segunda-feira uma proposta para negociar a reforma educacional com os estudantes universit�rios e secundaristas que, h� mais de tr�s meses, promovem protestos nas ruas das principais cidades do Chile para exigir educa��o gratuita e de qualidade para todos. O ministro da Educa��o, Felipe Bulnes, sugeriu criar, a partir do dia 12, tr�s mesas de trabalho que ter�o at� o fim do m�s para apresentar propostas para a reforma educacional.

"Temos tr�s semanas para negociar acordos, descobrir onde n�o h� possibilidade de acordo e ver at� onde governo ceder�, porque o governo deve ceder em algo", disse, em entrevista � Agencia Brasil, o l�der estudantil Giorgio Jackson, 24 anos, que est� terminando o curso de engenharia. Ele preside a Federa��o de Estudantes da Universidade Cat�lica do Chile (Feuc) e � um dos tr�s porta-vozes do movimento estudantil. "Vamos manter a mobiliza��o, porque o movimento estudantil chegou para ficar. Se for preciso ficar anos, ficaremos anos pressionando as autoridades para conseguir as reformas que pedimos".

Apesar de manter a mobiliza��o, os estudantes suspenderam uma grande manifesta��o prevista para o pr�ximo s�bado. O motivo do cancelamento foi o acidente de avi�o que matou 21 pessoas, entre elas o mais famoso apresentador da TV chilena, Felipe Camiroaga. Ele acompanhava um empres�rio em uma miss�o humanit�ria na Ilha de Juan Fernandez, arrasada pelo terremoto e tsunami de 27 de fevereiro de 2010.

"Entendemos que, nestes dias, o pa�s vive uma grande como��o por causa da trag�dia e somos respeitosos", disse a l�der estudantil Camila Vallejos ao explicar por que a mobiliza��o do dia 8 foi cancelada. Mas os estudantes est�o organizando mais manifesta��es para a semana que vem.

Os estudantes chilenos come�aram a se mobilizar contra o governo do presidente Sebasti�n Pi�era em maio. Em junho, o movimento ganhou as ruas e os estudantes tamb�m ocuparam escolas de n�vel m�dio e universidades. Nos dias 24 e 25 de agosto, o pa�s parou por causa de uma greve geral, convocada pelos sindicatos, em apoio aos estudantes. A paralisa��o terminou em confronto entre grevistas, estudantes e a pol�cia chilena, culminando na morte de um adolescente de 16 anos.

Os estudantes querem mudar o sistema de educa��o chileno, criado pelo ex-ditador Augusto Pinochet, que reduziu a participa��o do Estado no setor. No Chile, as universidades p�blicas e privadas sao pagas. Existem mecanismos de financiamento para quem n�o tem dinheiro para pagar as mensalidades, mas os juros s�o altos e os jovens come�am as carreiras j� endividados.

Os estudantes de ensino m�dio tamb�m t�m uma pauta espec�fica de reivindica��es. H� escolas p�blicas gratuitas de n�vel m�dio, mas s�o controladas pelos munic�pios, n�o pelo governo central. Isso, de acordo com as lideran�as estudantis, prejudica os moradores dos pequenos munic�pios ou bairros mais pobres.

H� tamb�m, no pa�s, um sistema misto que os estudantes querem rever. S�o escolas privadas (de ensino m�dio e universit�rias) que cobram mensalidades mais acess�veis porque s�o subsidiadas pelo Estado. Os estudantes dizem que os donos dessas escolas e universidades est�o enriquecendo com os subs�dios estatais, em vez de investir os recursos na melhoria da qualidade de ensino.

Esta n�o � a primeira vez que os estudantes enfrentam o governo para pedir melhorias na educa��o. Em 2006, os estudantes secundaristas promoveram a Revolu��o dos Pinguins, que tinha como alvo a ent�o presidenta Michelle Bachelet. O apelido (pinguins) foi dado por causa do uniforme azul-marinho e branco dos estudantes e as reinvindica��es eram as mesmas das atuais. Mas Bachelet reuniu-se com os estudantes e o governo fez algumas mudan�as sem, no entanto, modificar o sistema: aumentou o numero de bolsas de estudo e reduziu os juros pagos por estudantes que precisavam recorrer a empr�stimos para financiar o estudo universit�rio.

"Foi uma negocia��o que levou dois anos e, com o tempo, os estudantes foram se desmobilizando. Mas aprendemos com os erros do passado e aprendemos como negociar. Por isso, vamos manter as mobiliza��es", explicou Jackson. "Agora, os prazos para chegar a um acordo s�o mais curtos".


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