O potencial novo primeiro-ministro da It�lia, Mario Monti, participou de reuni�es cruciais nesta ter�a-feira com os l�deres dos principais partidos italianos. Monti trabalha para formar um gabinete que possa receber apoio do Parlamento e ajudar a terceira maior economia da zona do euro a sair da crise.
Apesar da velocidade na qual o candidato a primeiro ministro da It�lia est� trabalhando, a press�o nos nervos dos investidores n�o diminuiu. Com isso, o custo para os empr�stimos para a It�lia atingiu novo recorde hoje. Os b�nus com vencimento de 10 anos registraram alta de 0,44%, ou seja, 7% acima do valor registrado na semana passada. Isso elevou os temores de que a It�lia esteja seguindo o mesmo caminho de outros pa�ses endividados da zona do euro, como a Gr�cia.
Monti, de 68 anos, um respeitado economista e ex-Comiss�rio Europeu, est� sob press�o para garantir mais rapidamente ao mercado que a It�lia vai evitar um calote, o que poderia destruir a coaliz�o dos 17 pa�ses que usam o euro e empurrar a economia global para recess�o. Por ser a terceira maior economia da zona do euro, a It�lia � considerada grande demais para a Europa resgatar, ao contr�rio da Gr�cia, Portugal e Irlanda.
Monti encontrou-se nesta ter�a-feira com chefes do Partido Democrata, de centro-esquerda, e do Partido da Liberdade, do ex-primeiro ministro Silvio Berlusconi. O apoio dos parlamentares ser� crucial para o voto de confian�a que deve ocorrer provavelmente ainda esta semana, porque sinalizaria boa disposi��o em rela��o ao governo de Monti.
A Uni�o Europeia afirmou que novas medidas v�o ser necess�rias para a It�lia equilibrar o Or�amento at� 2013, como foi como prometido. Perguntado ontem se novas a��es "corretivas" s�o necess�rias para lidar com a d�vida, Monti disse ser "prematuro" fazer tal afirma��o e afirmou que os italianos v�o precisar fazer alguns sacrif�cios para atravessar a crise, mas "sem l�grimas e sem sangue".
Ainda nesta ter�a-feira Monti tem reuni�es com l�deres sindicais, os principais lobistas da It�lia e representantes de grupos jovens - indica��o de que ele quer consultar uma ampla base da sociedade antes de revelar seu governo e seu programa.
Analistas notaram que a tarefa de Monti � imensa e requer o suporte do Parlamento a cada passo. "Cada vez que ele apresentar uma nova medida, um novo corte, uma nova reforma, os mesmos partidos v�o ter que continuar a apoi�-lo", disse Andrea Mandel-Mantello, presidente do banco de investimentos Advicorp. Pol�ticos podem jogar a responsabilidade de medidas duras em Monti sem medo de perder votos, "mas o mercado vai julgar as coisas � medida que elas acontecem", disse ele.
O l�der do Partido Democrata, Pierluigi Bersani, declarou seu apoio na manh� de hoje, ap�s encontrar-se com Monti. "N�s encorajamos o professor Monti a continuar com determina��o e velocidade", disse ele.
Italianos comuns tamb�m estavam animados por�m c�ticos, dada a enormidade da d�vida do pa�s e d�vidas se Monti vai receber o apoio pol�tico que necessita no longo prazo. "Os mercados est�o notando a indecis�o por parte dos partidos em apoiar o governo, e claramente este governo precisa de amplo suporte pol�tico", disse Gialuca Piredda, enquanto caminhava por Roma em uma manh� fria. "Esta incerteza n�o ajuda", completou.
Alguns l�deres pol�ticos - incluindo aqueles do partido de Berlusconi - demandam que o sem-partido M�rio Monti fique no governo apenas o tempo suficiente para implementar reformas econ�micas e depois renuncie, para que elei��es possam ser realizadas ainda nesta primavera, um ano antes do previsto.
Mas Monti deixou claro que pretende servir at� as pr�ximas elei��es em 2013, sob o argumento de que n�o � nesse momento dizer quando deixar� o cargo. "Se uma data anterior a 2013 for marcada, a pressa vai minar a credibilidade das a��es do governo", afirmou em uma breve coletiva de imprensa. "Eu n�o vou aceitar tal condi��o", disse ele. Bersani declarou ontem que o Partido Democrata n�o colocou nenhum calend�rio artificial para o mandato de Monti.