As negocia��es entre o Ir� e a AIEA sobre o controvertido programa nuclear iraniano fracassaram ap�s uma miss�o de "�ltima oportunidade" da ag�ncia da ONU em Teer�, confirmou nesta quarta-feira o chefe de seus inspetores.
"N�o pudemos ter acesso (� suposta instala��o nuclear na base militar de Parchin), n�o pudemos fixar os pr�ximos passos (nas negocia��es). Informaremos agora o diretor-geral (da AIEA) e mais tarde o conselho de governadores", declarou � imprensa o belga Herman Nackaerts no aeroporto de Viena.
Horas antes, em um comunicado, a Ag�ncia Internacional de Energia At�mica (AIEA) havia lamentado a aus�ncia de um acordo para fixar as negocia��es sobre o programa nuclear iraniano, que, segundo os ocidentais, tem objetivos militares, o que Teer� nega.
A AIEA n�o indicou o que ocorrer� depois deste fracasso, que ser� alvo de debate em seu Conselho de governadores a partir de 5 de mar�o.
J� o guia da Rep�blica Isl�mica, Ali Khamenei, reiterou nesta quarta-feira que o Ir� "n�o busca se dotar de uma bomba at�mica".
"Queremos romper a supremacia baseada nas armas at�micas" que as grandes pot�ncias possuem, e "gra�as a Deus o povo iraniano conseguir�", acrescentou o Guia em um discurso diante de cientistas nucleares do pa�s, citado em um comunicado governamental.
Esta miss�o, como a primeira, era dirigida pelo diretor-adjunto da ag�ncia da ONU e pelo chefe dos inspetores.
No comunicado da AIEA, seu diretor-geral, o japon�s Yukiya Amano, expressou sua "decep��o" diante da atitude iraniana: "� decepcionante que o Ir� n�o tenha aceitado nosso pedido de visitar Parchin durante a primeira ou segunda miss�o", declarou.
"N�s nos envolvemos com esp�rito construtivo, mas n�o se chegou a nenhum acordo", lamentou.
Por sua vez, o embaixador do Ir� na AIEA, Ali Asghar Soltanieh, presente nas discuss�es na capital iraniana, afirmou na ter�a-feira que "estas negocia��es v�o prosseguir no futuro".
Os ocidentais, atrav�s da secret�ria de Estado americana, Hillary Clinton, e do ministro franc�s das Rela��es Exteriores, Alain Jupp�, demonstraram um otimismo prudente, sobretudo ap�s a resposta positiva do Ir� � proposta do Grupo 5+1 (Estados Unidos, Gr�-Bretanha, Fran�a, R�ssia, China e Alemanha) de retomar suas discuss�es, interrompidas desde janeiro de 2011.
No centro do intermin�vel conflito com a Rep�blica Isl�mica se encontra uma "poss�vel dimens�o militar" do programa nuclear iraniano, refletida pela AIEA em seu �ltimo informe de novembro de 2011.
A publica��o deste informe conduziu a san��es ocidentais contra a ind�stria petroleira iraniana e o Banco Central do Ir�.
O in�cio da produ��o de ur�nio enriquecido na usina de Fordo tamb�m suscitou a "inquieta��o" de R�ssia e China, que convocaram o Ir� a "cooperar com a AIEA", embora fossem hostis a san��es do Conselho de Seguran�a da ONU.
Apesar das cr�ticas, o Ir� seguiu em frente com seu programa nuclear, em um �mbito de crescente tens�o, j� que Israel, �nica pot�ncia nuclear - n�o declarada - da regi�o amea�a com um ataque a�reo contra as instala��es nucleares iranianas.
Neste contexto, a chancelaria russa assegurou nesta quarta-feira que a base militar americana no Quirguist�o, ex-rep�blica sovi�tica da �sia central, poderia servir em caso de ataque contra o Ir�.
"N�o se pode excluir que (a base) seja utilizada em caso de conflito com o Ir�", disse � televis�o o porta-voz do minist�rio, Alexander Lukashevich, que n�o descarta uma opera��o americana.