Os eleitores do Senegal votam hoje na elei��o mais tensa da hist�ria do pa�s, com o presidente Abdoulaye Wade, de 85 anos, buscando um terceiro mandato, enquanto a na��o testa suas credenciais como um dos pa�ses mais est�veis da �frica.
Os eleitores aguardavam em longas filas para votar nas se��es eleitorais no pa�s do oeste africano, em uma disputa em que concorrem Wade e 13 nomes da oposi��o. Cerca de 5,3 milh�es de eleitores podem participar, em um processo que nas �ltimas semanas foi maculado por protestos contra a candidatura de Wade que deixaram seis mortos e geraram pedidos internacionais de calma.
"Minha maioria � t�o avassaladora que acho que serei eleito com uma grande porcentagem no primeiro turno", afirmou Wade em entrevista ao jornal franc�s Journal du Dimanche, publicada neste domingo. O octogen�rio recha�ou os pedidos de Fran�a e Estados Unidos para que se aposente, dizendo que os outrora aliados o criticavam pois "eu n�o sou d�cil".
Wade j� ficou dois mandatos no cargo, chegando ao limite introduzindo por ele mesmo. O presidente diz, por�m, que as mudan�as constitucionais de 2008 ampliaram o limite de mandatos de cinco para sete anos, permitindo a ele concorrer a mais dois mandatos. Ele diz que precisa terminar seus "grandes projetos".
Mas os esfor�os para colocar seu filho, Karim Wade, como prov�vel sucessor enfureceram a oposi��o. O presidente chegou ao poder no ano 2000, gerando grande euforia ap�s 25 anos na oposi��o. Ele tem se tornado, por�m, cada vez mais impopular com os dist�rbios sociais por causa dos aumentos nos pre�os dos alimentos e pelos apag�es no fornecimento de energia. J� para seus partid�rios, Wade � respons�vel por um boom no desenvolvimento do pa�s.
Analistas dizem que Wade precisa vencer no primeiro turno, enquanto a oposi��o est� dividida. Um analista da brit�nica Chatham House, Paul Melly, disse que uma vit�ria de Wade no primeiro turno pode produzir uma onda de protestos e f�ria nas ruas. A valida��o da candidatura do presidente pelo principal tribunal senegal�s levou a um m�s de confrontos, muitas vezes mort�feros, lan�ados pelo movimento 23 de junho, alian�a de partidos da oposi��o, rappers e ativistas.