
Ram�n Medina afirmou que Rosa Virginia e Mar�a Gabriela, filhas do presidente, estariam pressionando o pai a escutar a opini�o de outros especialistas sobre o tumor na regi�o p�lvica. O avi�o presidencial deixou Bari�as �s 19h45 de ontem (hora de Bras�lia), em dire��o � cidade de Maiquet�a, perto de Caracas. Ch�vez teria embarcado apenas acompanhado de seu staff. Bocaranda publicou em sua p�gina, no microblog Twitter, que a reuni�o com Lula seria "fachada" para a realiza��o de um Pet Scan – um exame que detecta, com grande precis�o, a exist�ncia de met�stases – e para a consulta com m�dicos que atendem ao ex-presidente brasileiro.
Na noite de quinta-feira, Ch�vez chorou ao falar sobre a doen�a. Durante uma missa reservada para a fam�lia, em Bari�as, ele pediu a Deus: "N�o me leves ainda". "Eu digo a Deus. (…) Dai-me a vida, ainda que seja flamejante, vida dolorosa, n�o me importa", declarou, em meio a uma salva de palmas. Diante da imagem de Jesus Cristo crucificado e com um ter�o no pesco�o, o presidente fez uma s�plica desesperada. "Dai-me tua coroa, Cristo. Dai-me, que eu sangro, dai-me tua cruz, 100 cruzes, que eu as carrego, mas dai-me vida. Porque ainda me faltam coisas a fazer por este povo e por esta p�tria. N�o a tire de mim. Dai-me tua cruz. Dai-me teus espinhos, dai-me teu sangue, que estou disposto a lev�-la, mas com vida, Cristo, meu senhor. Am�m." Na primeira fila, a m�e de Ch�vez, Elena Fr�as, e o pai, Hugo de los Reyes Ch�vez, tamb�m n�o conseguiram conter as l�grimas.
SEGREDO
A reportagem entrou em contato com o Pal�cio de Miraflores na tarde de ontem. Um funcion�rio assegurou que n�o recebeu informa��es sobre a viagem presidencial ao Brasil. Por telefone, um oncologista do Hospital S�rio-Liban�s tamb�m disse "n�o saber de absolutamente nada" sobre a suposta chegada do l�der. O m�dico intensivista venezuelano Jos� Rafael Marquina, que garante ter acesso a dados sobre o prontu�rio de Ch�vez, assegurou ao Estado de Minas que a radioterapia ministrada em Havana causou-lhe dores abdominais. "No dia 28, ele n�o obteve resposta do tratamento, voltou a Caracas e se submeteu novamente a dois dias de radioterapia, mas a aplica��o queimou-lhe a regi�o abdominal. O presidente tomou, ent�o, a decis�o de voltar a Havana e, ali, submeteu-se a um Pet Scan. Sem melhoras, escolheu ir ao Brasil", relatou.
Marquina aponta "erros grav�ssimos" no tratamento realizado em Cuba. "Os m�dicos cubanos o operaram e diagnosticaram um abscesso p�lvico. S� depois deram-se conta de que tratava-se de um c�ncer. Uma semana depois, ele foi novamente operado e teve o tumor ressecado. Inicialmente, pensaram que era um c�ncer de c�lon e, depois, de bexiga. Ch�vez recebeu quimioter�picos errados e n�o se submeteu � radioterapia. Em quatro meses, apresentou um novo tumor, provavelmente resultado dos esteroides, que bloquearam a resposta natural � doen�a", explicou o m�dico.
A doen�a de Ch�vez estaria causando divis�es no seio do governo. Segundo Ram�n Medina, o vice-presidente, El�as Jaua, e o l�der da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, t�m mantido reuni�es noturnas em Caracas, nos �ltimos dias. "H� dois grandes grupos no governo: um deles � comandado pelo pr�prio Ch�vez, que deseja colocar no poder Adam Ch�vez, seu irm�o e governador de Bari�as. Outro grupo � formado por Jaua e Cabello, que n�o est�o de acordo com isso", revelou.