Fran�ois Hollande, que assumir� na ter�a-feira a presid�ncia da Fran�a, j� se posicionou no debate sobre o crescimento europeu, criando grandes expectativas como contrapeso aos ajustes incentivados pela Alemanha, mas recebendo, ao mesmo tempo, fortes press�es.
Hollande se reunir� na ter�a-feira, imediatamente depois da transfer�ncia de poderes presidenciais, com a chefe do governo alem�o, Angela Merkel, um primeiro contato particularmente dif�cil entre o presidente socialista e a chanceler conservadora, que se negou a receb�-lo antes de ele ganhar a elei��o e cujos pontos de vista s�o diametralmente opostos. O governo alem�o afirmou nesta sexta-feira, ao confirmar o encontro, que "n�o ser�o tomadas decis�es, mas que (o encontro) servir� para (eles) se conhecerem", segundo o porta-voz governamental, Steffen Seibert. Na quinta-feira, Merkel pediu que os pa�ses europeus respeitem os compromissos de rigor fiscal e rejeitou a posi��o de Hollande, apesar de n�o mencion�-lo. "Um crescimento baseado no cr�dito nos levar� de novo ao come�o da crise. N�o o queremos, no o faremos", disse. Na sexta-feira foi o ministro alem�o das Rela��es Exteriores, Guido Westerwelle, que reiterou essa posi��o, tamb�m sem mencionar Hollande. "Decidimos por fim � pol�tica de endividamento. As elei��es n�o invalidam os acordos entre os Estados", disse Westerwelle diante dos deputados alem�es. Merkel e eu "temos posi��es que ainda n�o s�o convergentes", declarou Hollande nesta quinta-feira. Apesar de diversos analistas considerarem que um acordo � poss�vel, j� que Hollande n�o rejeita o pacto de equil�brio or�ament�rio em si, mas que deseja complet�-lo com medidas de fomento ao crescimento, o di�logo de Hollande com Merkel n�o ser� f�cil. Ainda mais que a Comiss�o Europeia anunciou nesta sexta-feira previs�es econ�micas para Fran�a inferiores as de Hollande. Segundo a comiss�o, o d�ficit p�blico da Fran�a ser� em 2013 de 4,2% de PIB, quando as previs�es de Hollande se baseiam em cerca de 3% do crescimento e o PIB aumentar� no ano 1,3%, cifra inferior � expectativa de Hollande, de cerca de 1,7%, apesar de melhor que a do FMI (1%). Mas Bruxelas esclareceu que suas previs�es s�o feitas partindo de uma suposta "pol�tica econ�mica constante", ou seja, que n�o leva em conta poss�veis mudan�as de orienta��o depois da posse de Hollande. Hollande confirmou nesta sexta-feira seus objetivos, afirmando que sua equipe "tinha antecipado" a degrada��o das contas p�blicas. Antes de assumir, Hollande multiplicou as consultas com dirigentes europeus. Na quarta-feira se reuniu com o presidente da Uni�o Europeia (UE), Herman Van Rompuy e na quinta-feira com Jean-Claude Juncker, o primeiro-ministro luxemburgu�s e presidente do Eurogrupo. Van Rompuy tinha anunciado na ter�a-feira a realiza��o de uma c�pula de dirigentes europeus, 23 de maio, em que o tema central ser� o crescimento. Juncker afirmou no mesmo dia que compartilha a opini�o do novo presidente franc�s sobre a necessidade de iniciativas que favore�am o crescimento, apesar reiterou que se op�e � renegocia��o do tratado fiscal. "Defendemos uma utiliza��o mais importante de meios estruturais e um aumento do capital do Banco Europeu de Investimentos", declarou no Parlamento de seu pa�s. As propostas de Hollande receberam apoio de numerosas personalidades europeias e, al�m da Europa, inclusive o do diretor da Organiza��o Mundial de Com�rcio (OMC), o franc�s Pascal Lamy, que defendeu um "or�amento europeu de crescimento" em um artigo publicado na ter�a-feira no jornal Le Monde e co-assinado pelo ex-presidente do Banco Europeu de Reconstru��o e Desenvolvimento (BERD), Jacques Attali.