O site Wikileaks anunciou o in�cio da publica��o de mais de dois milh�es de e-mails de figuras pol�ticas s�rias e outras fontes, em uma entrevista coletiva nesta quinta-feira em Londres.
"Agora, �s 11H00 (7H00 de Bras�lia) de 5 de julho, o WikiLeaks come�ou a publicar os arquivos da S�ria, mais de dois milh�es de mensagens eletr�nicas de figuras pol�ticas s�rias, minist�rios e empresas associadas que v�o de agosto de 2006 a mar�o de 2012", afirmou a porta-voz do site, Sarah Harrison.
A porta-voz se recusou a apresentar detalhes sobre o conte�do das mensagens "at� que sejam publicadas" e deu a entender que, por sua amplitude, o processo pode demorar algum tempo.
A organiza��o ter� a colabora��o de parceiros nos Estados Unidos, L�bano, Egito, Alemanha, Fran�a, It�lia e Espanha.
"O material � embara�oso para a S�ria, mas tamb�m � embara�oso para os opositores externos da S�ria", afirma o australiano de 41 anos no comunicado.
"Ele n�o nos ajuda apenas a criticar um grupo ou outro, mas a compreender seus interesses, a��es e pensamentos. Somente entendendo o conflito poderemos trazer uma solu��o", acrescenta.
O primeiro documento revela, segundo o WikiLeaks, que a gigante italiana de defesa Finmeccanica tem fornecido equipamentos de comunica��o para o regime s�rio desde o in�cio do conflito.
O sistema foi proporcionado pela SELEX Elsag, subsidi�ria da Finmeccanica, informa o documento do WikiLeaks publicado na revista italiana L'Espresso.
O presidente s�rio Bashar al-Assad enfrenta desde mar�o 2011 uma revolta popular cada vez mais parecida com uma guerra civil e que provocou 16.500 mortes, segundo o Observat�rio S�rio dos Direitos Humanos, uma ONG com sede em Londres.
O WikiLeaks provocou uma grande indigna��o do governo dos Estados Unidos depois da publica��o de centenas de milhares de documentos secretos sobre as guerras do Iraque e do Afeganist�o, e 250.000 telegramas confidenciais do Departamento de Estado.
O an�ncio foi feito um dia depois de a R�ssia ter negado um debate com Washington sobre a oferta de asilo para Bashar al-Assad e um dia antes de um encontro em Paris dos "Amigos da S�ria", grupo de pa�ses que apoiam a��es mais r�gidas contra o regime.
De acordo com o WikiLeaks, 2.434.899 e-mails s�o de ministros s�rios, incluindo os das pastas das Rela��es Exteriores, Finan�as e Assuntos Presidenciais. Cerca de 400.000 mensagens est�o em �rabe e 68.000 em russo.
Em Beirute, o jornal liban�s Al-Akhbar, visto como um aliado do governo de Damasco, informou que "trabalhar� com o WikiLeaks nas pr�ximas semanas para divulgar o maior n�mero poss�vel de e-mails que detalhem os movimentos da elite pol�tica e econ�mica da S�ria".
"� um momento delicado na S�ria, e � importante mostrar o que � real e o que � inventado", disse o editor-chefe do Al-Akhbar, Ibrahim al-Amin, na p�gina do jornal na internet.
"No entanto, uma coisa � �bvia: a hipocrisia da pol�tica global alcan�ou um patamar mais alto com as negocia��es da quest�o s�ria", alega Amin.
A R�ssia informou que n�o participar� na reuni�o de Paris na sexta-feira, ap�s acusar o Ocidente de tentar distorcer um acordo firmado no �ltimo fim de semana, que visa a uma transi��o pol�tica no pa�s.
Por outro lado, Assange permanece na embaixada do Equador para evitar uma extradi��o para a Su�cia, onde � suspeito de crimes sexuais contra duas ex-volunt�rias do WikiLeaks.
Ele nega as acusa��es e alega que elas t�m motiva��o pol�tica.