O ex-presidente Fernando Lugo admitiu que lhe faltou "car�ter pol�tico" para governar o Paraguai, em entrevista concedida nesta quinta-feira (5), na qual evitou comentar a "intromiss�o" do chanceler venezuelano, Nicol�s Maduro, para impedir sua destitui��o. "Cometi muitos erros. Me faltou car�ter pol�tico, ser mais firme em minhas decis�es", disse Lugo � r�dio Asunci�n 730 AM. O ex-presidente atribuiu a instabilidade de seu governo � m� rela��o com o partido Liberal Radical Aut�ntico (PLRA), principal grupo da Alian�a que o levou ao poder em 2008.
"Queria sempre impor a institucionalidade ao PLRA e aos partidos pol�ticos. Falava com o presidente (do PLRA), mas n�o era com ele que deveria falar, e sim com as correntes internas, mas � muito dif�cil chegar �s correntes internas". Lugo afirmou que foi o PLRA que resolveu lev�-lo ao julgamento pol�tico no Congresso, ap�s acertar tudo com a terceira for�a parlamentar, a Uni�o Nacional de Cidad�os �ticos (Unace), liderada por Lino Oviedo. Sobre concorrer novamente � presid�ncia, Lugo respondeu que sim, "se as leis e o povo permitirem". O artigo 229 da Constitui��o paraguaia pro�be a reelei��o "em todos os casos". Ao ser questionado sobre a participa��o do chanceler Nicol�s Maduro em uma reuni�o com os comandantes militares paraguaios no dia de sua destitui��o, Lugo desligou o telefone. A presen�a de Maduro no Pal�cio de Governo junto aos comandantes militares das tr�s armas, poucos minutos antes de ser divulgado o veredicto do julgamento pol�tico contra Lugo, foi registrada por um v�deo divulgado na ter�a-feira por ordem do novo presidente paraguaio, Federico Franco. A Justi�a do Paraguai anunciou na segunda-feira o in�cio de uma investiga��o sobre a suposta intromiss�o de Maduro junto aos comandantes militares para evitar a destitui��o de Lugo. Na semana passada, a ministra da Defesa do Paraguai, Maria Liz Garc�a de Arnold, acusou Nicol�s Maduro de convocar os comandantes militares a agir para defender Lugo, destitu�do em 22 de junho passado.