A comunidade internacional pediu nesta sexta-feira que a ONU aja contra uma "escalada escandalosa" da viol�ncia na S�ria, ap�s a morte de pelo menos 150 pessoas no centro do pa�s, enquanto a oposi��o denunciava um massacre e o regime indicava uma opera��o antiterrorista. O emiss�rio internacional para a S�ria, Kofi Annan, considerou que Damasco havia "desacatado" as resolu��es da ONU ao utilizar armas pesadas em Treimsa, pr�ximo a Hama (centro), e o secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon, denunciou "uma escalada escandalosa". � "imperativo" que o Conselho de Seguran�a da ONU fa�a press�o para que o plano de paz seja aplicado e que "envie uma mensagem a todos, advertindo que haver� consequ�ncias pelo desrespeito" a esse plano, insistiu Annan em uma nota enviada ao Conselho. De acordo com o Observat�rio S�rio dos Direitos Humanos (OSDH), mais de 150 pessoas foram mortas em bombardeios e combates na quinta-feira na localidade sunita de Treimsa, incluindo dezenas de combatentes rebeldes.
Dezenas de pessoas foram "sumariamente executadas", por indiv�duos com armas brancas, e 17 pessoas, incluindo mulheres e crian�as, foram mortas enquanto tentavam fugir de Treimsa, indicou o OSDH. O Ex�rcito s�rio afirmou, por sua vez, que havia realizado em Treimsa "uma opera��o bem sucedida" que teve como saldo "a destrui��o de esconderijos de grupos terroristas, a morte de um grande n�mero de seus membros, sem que uma v�tima fosse lamentada". Segundo um militante afirmou � Sham News Network, rede de not�cias favor�vel � revolta contra o regime de Bashar al-Assad, a grande maioria das v�timas era composta de membros do Ex�rcito S�rio Livre (ESL) aos quais o Ex�rcito respondeu com refor�os ap�s um ataque a um comboio. Os v�deos de Treimsa divulgados at� o momento pelos militantes mostram apenas corpos de homens. Um desses v�deos mostra cerca de cem ve�culos militares deixando Treimsa, saudados por um pequeno grupo de partid�rios gritando "Deus os proteja, Deus proteja o Ex�rcito". O Conselho Nacional S�rio (CNS), principal coaliz�o opositora, falou do mais "infame dos genoc�dios cometidos pelo regime" e instou o Conselho de Seguran�a a adotar uma resolu��o vinculante "urgente". Robert Mood, chefe dos observadores da ONU na S�ria que suspenderam suas opera��es em raz�o da viol�ncia, afirmou que seus homens est�o preparados para entrar em Treimsa em caso de cessar-fogo. "Annan, servi�al de Assad" O bloqueio parecia total em Nova York, onde os pa�ses ocidentais e a R�ssia, principal aliada do regime, se op�em a um projeto de resolu��o no Conselho de Seguran�a. Os 15 Estados membros do Conselho retomaram nesta sexta-feira suas discuss�es relacionadas a um projeto de resolu��o sobre a S�ria, com dois textos concorrentes. Um deles, apresentado pelos ocidentais, amea�a Damasco com san��es econ�micas se as for�as do governo s�rio n�o suspenderem seus ataques com armas pesadas. O outro, assinado pelos russos, n�o menciona essa possibilidade de san��es. O presidente franc�s, Fran�ois Hollande, considerou que se a China e a R�ssia se opuserem novamente a san��es contra Damasco, "o caos e a guerra" tomar�o conta da S�ria. Moscou condenou com firmeza o "crime sangrento" de Treimsa e pediu uma investiga��o sobre o massacre, que os russos atribu�ram a "for�as que procuram espalhar as sementes do �dio interconfessional". A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, condenou uma "viola��o flagrante" do plano Annan e pediu os respons�veis respondam "por seus atos atrozes". O Conselho de Coopera��o do Golfo (CCG) denunciou um "ato terrorista e selvagem, contr�rio aos preceitos do Isl�", pedindo ao Conselho de Seguran�a que adote medidas vinculantes contra Damasco. Os Estados Unidos fizeram refer�ncia a uma vis�o "de pesadelo" e a secret�ria de Estado americana, Hillary Clinton, fez um apelo para que o Conselho de Seguran�a pressione "em favor de um cessar-fogo imediato e de uma transi��o pol�tica" e diga "claramente ao regime s�rio que haver� consequ�ncias em caso de desrespeito". Annan, cujo plano de paz em vigor h� tr�s meses n�o teve efeito na S�ria, deve ir na segunda-feira a Moscou, ap�s uma recente visita a Damasco e a Teer�. No terreno, como a cada sexta-feira, a oposi��o convocou uma mobiliza��o e manifesta��es classificadas de "massivas" por militantes foram realizadas em diversas cidades, sob o slogan "Saia Annan, servi�al de Assad e do Ir�". Em todo o pa�s, a viol�ncia continuou intensa, com ao menos 75 mortos -- 25 civis, 24 soldados, 26 rebeldes --, segundo o OSDH que re�ne uma rede de militantes e testemunhas. Devido �s restri��es impostas � imprensa pelas autoridades s�rias e � decis�o da ONU de n�o contabilizar as mortes, � imposs�vel obter um registro de fontes independentes. Segundo o OSDH, mais de 17.000 pessoas morreram desde o in�cio, em meados de mar�o, de uma revolta popular militarizada com o passar dos meses frente � repress�o brutal do governo.