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Estado de Minas

Nazista mais procurado do mundo viveu por 17 anos tranquilamente em Budapeste


postado em 16/07/2012 16:20 / atualizado em 16/07/2012 17:39

Estudantes da União Europeia de Estudantes Judeus protestam diante do prédio onde mora Laszlo Csatary(foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )
Estudantes da Uni�o Europeia de Estudantes Judeus protestam diante do pr�dio onde mora Laszlo Csatary (foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )

O criminoso nazista ainda vivo mais procurado do mundo, o h�ngaro Laszlo Csatary, de 97 anos, viveu dias tranquilos em Budapeste durante 17 anos, mesmo ap�s a descoberta de sua verdadeira identidade e apesar das informa��es transmitidas � justi�a sobre o seu passado h� mais de dez meses pelo Centro Simon Wiesenthal, com sede em Jerusal�m.

Nazista foi encontrado pelo tablóide The Sun(foto: Reprodução / The Sun)
Nazista foi encontrado pelo tabl�ide The Sun (foto: Reprodu��o / The Sun)
Csatary, acusado de cumplicidade na morte de 15.700 judeus durante a Segunda Guerra Mundial, foi encontrado em Budapeste, conforme anunciou no domingo o diretor do Centro Wiesenthal, Efraim Zuroff.

No edif�cio moderno de um sofisticado bairro da capital h�ngara, h� dois nomes em uma caixa de correio: "Csatary/Smith". Estes s�o os nomes de uma �nica pessoa, Laszlo Csatary, o chefe de pol�cia no gueto judeu da cidade eslovaca de Kosice (Kassa em h�ngaro, Kaschau em alem�o) durante a Segunda Guerra Mundial.

Nesse gueto, cerca de 15.700 judeus foram assassinados ou deportados para o campo de concentra��o nazista de Auschwitz, na Pol�nia, durante a ocupa��o pela Alemanha nazista deste pa�s que era at� ent�o a Tchecoslov�quia.

De acordo com documentos dos arquivos do Centro, Laszlo Csatary tratou cruelmente os judeus do gueto. Espancava as mulheres e obrigava as pessoas a cavarem trincheiras com as pr�prias m�os.

Segundo seus vizinhos, que parecem ignorar o seu passado, Csatary possui um apartamento de dois quartos no quinto andar. "Eu cruzo de vez em quando com este idoso senhor; ele tem vivido aqui h� muito tempo", contou uma vizinha. "Ele n�o aparece nas reuni�es de condom�nio, mas sempre pagou suas despesas", indicou I. Vasarhelyi, um ex-s�ndico do edif�cio.

O carro de Laszlo Csatary, um Ford Scorpio cinza escuro, est� estacionado na garagem do edif�cio, observou a AFP.

Laszlo viveu tranquilamente e tem em sua garagem um Ford Scorpio(foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )
Laszlo viveu tranquilamente e tem em sua garagem um Ford Scorpio (foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )
Antes de regressar a Budapeste, Csatary, que foi condenado � morte � revelia em 1948 na Tchecoslov�quia, refugiou-se no Canad�, Montreal e Toronto, onde, sob uma falsa identidade, foi um negociante de arte. Em 1995, as autoridades canadenses descobriram a sua verdadeira identidade, mas deixaram que ele fugisse para a Hungria. Antes de sua fuga, admitiu aos investigadores canadenses sua participa��o na deporta��o de judeus, embora afirmasse que seu papel era "limitado".

Em abril, o Centro Simon Wiesenthal, nome do famoso ca�ador de nazistas, um judeu austr�aco que morreu em 2005, e cujas investiga��es em todo o mundo permitiram a descoberta de dezenas de criminosos nazistas, colocou Laszlo Csatary no topo da sua lista de criminosos de guerra nazistas mais procurados do mundo.

Alimentados por informa��es fornecidas pelo Centro, rep�rteres do jornal brit�nico The Sun descobriram o paradeiro do antigo chefe da pol�cia e conseguiram encontr�-lo. De acordo com o artigo publicado domingo, 15 de julho, no site do Sun, o criminoso de guerra nazista declarou aos rep�rteres: "Eu n�o fiz nada, saiam daqui", antes de bater a porta na cara deles.

Desde ent�o, Laszlo Csatary j� n�o responde ao toque da campainha.

"A velhice" n�o pode proteger "os autores do Holocausto"

Laszlo mora em um apartamento de dois quartos em Budapeste(foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )
Laszlo mora em um apartamento de dois quartos em Budapeste (foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )
Contatado pela AFP, o procurador-adjunto de Budapeste, Jeno Varga, limitou-se a declarar nesta segunda-feira que "examina as informa��es que nos foram transmitidas, incluindo pela imprensa".

A Fran�a pediu que Budapeste conduza Csatary � justi�a, porque "crimes nazistas s�o imprescrit�veis".

"Acreditamos que os criminosos nazistas, onde quer que estejam, devem responder pelos seus atos perante a justi�a", acrescentou o porta-voz do minist�rio das Rela��es Exteriores, Bernard Valero, durante uma coletiva de imprensa.

"O procurador-geral de Budapeste disse que a justi�a vai analisar os fatos. Cabe �s autoridades h�ngaras tomar as medidas adequadas neste caso", acrescentou.

"Este homem est� saud�vel e dirige seu pr�prio carro", disse por sua vez Efraim Zuroff, diretor do Centro Simon Wiesenthal em Jerusal�m e autor do livro "Ca�ador de nazistas".

Sobre a justi�a h�ngara, ele se mostrou cr�tico: "Nada foi feito e estou muito frustrado. Com a idade de Csatary, a sa�de pode deteriorar-se de um dia para o outro. Temos de agir rapidamente". "A passagem do tempo n�o diminui sua culpa e a velhice n�o pode fornecer prote��o para os perpetradores do Holocausto".

Manifestantes colocaram adesivos na porta do apartamento(foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )
Manifestantes colocaram adesivos na porta do apartamento (foto: AFP PHOTO / ATTILA KISBENEDEK )
Se ele � considerado o criminoso nazista "mais procurado, � porque existem poucos at� hoje ainda em fuga, todos com idade superior a 90 anos", disse Serge Klarsfeld, presidente da Associa��o de filho e filhas de judeus deportados da Fran�a. "Eu n�o tenho certeza de que haver� a��o legal com este governo conservador" do primeiro-ministro Viktor Orban, acrescentou.

Orban � alvo de cr�ticas por causa de seguidos incidentes antissemitas na Hungria nos �ltimos meses e uma frouxid�o quanto ao envolvimento neste assunto de muitos de seus parentes, incluindo o presidente do Parlamento, Laszlo Kover. Isto levou o Pr�mio Nobel da Paz, Elie Wiesel, um sobrevivente do Holocausto, devolver uma condecora��o ao governo em 19 de junho.

Dezenas de pessoas se manifestaram no fim do dia ante o pr�dio de Csatary para reclamar sua pris�o, em protesto convocado por uma organiza��o de estudantes judeus.


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