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Estado de Minas

Alian�a entre R�ssia e S�ria

Damasco � o segundo maior cliente da ind�stria militar russa e porto abriga base naval do pa�s no Mediterr�neo


postado em 23/07/2012 08:16

O presidente russo, Vladimir Putin, costuma dizer que entre seu pa�s e a S�ria "n�o existe nenhum tipo de rela��o especial". A afirma��o virou uma esp�cie de escudo para as desconfian�as internacionais sobre o posicionamento russo no Conselho de Seguran�a das Na��es Unidas, com repetidos vetos a projetos de resolu��o que previssem puni��o ao regime de Damasco ou abrissem caminho a algum tipo de interven��o externa para tirar do poder o presidente Bashar Al-Assad. Especial ou n�o, a rela��o bilateral tornou-se um cord�o umbilical, com interesses econ�micos, geopol�ticos e ideol�gicos — legados da guerra fria, que aproximou os dois pa�ses. Essa alian�as � um dos fatores capazes de ditar por quanto tempo pode se arrastar a guerra civil, que j� deixou mais de 17 mil mortos em um ano e meio.

O argumento central de Moscou para sustentar sua posi��o no conflito s�rio � o princ�pio, segundo o qual, "ningu�m tem o direito de decidir por outras na��es quem deve entrar ou sair do poder". A impress�o generalizada entre analistas e observadores, por�m, � de que essa atitude est� ancorada em interesses, mais do que princ�pios. A R�ssia � a principal fornecedora de armas para a S�ria, que, em contrapartida, � a segunda maior cliente da ind�stria b�lica russa, entre os 80 pa�ses compradores.

A queda de Assad, ou mesmo a imposi��o de san��es ou de um embargo de armas, afetaria um fluxo de neg�cios que movimentou US$ 5,5 bilh�es em 2006. Moscou perdeu contratos milion�rios na �rea com as restri��es impostas pelo Conselho de Seguran�a ao Ir�, por conta das desconfian�as sobre sue programa nuclear. De maneira semelhante, a interven��o autorizada pela ONU em 2011 contra o ditador l�bio Muamar Kadafi privou a R�ssia de outro bom importador. No caso da S�ria, al�m do setor armamentista, a atua��o de empresa se estende a �reas como petr�leo e g�s natural , irriga��o, agricultura e telecomunica��es, entre outras atividades.

A R�ssia, por�m, tem muito mais em jogo do que os neg�cios. � na cidade de Tartous, no litoral s�rio, que est� a �nica base naval russa do Mediterr�neo. Trata-se, tamb�m, da �nica instala��o operacional para a Marinha russa fora dos limites da extinta Uni�o Sovi�tica na regi�o. Gra�as aos acordos em vigor com Damasco, os navios a servi�o do Kremlin t�m como aportar para reabastecimento ou manuten��o sem retornar aos portos do Mar Negro — cujo �nico acesso a outros mares � um estreito controlado pela Turquia, pa�s-membro da Otan, alian�a militar liderada pelos Estados Unidos.

Para Rami Abdelraham, presidente do Observat�rio S�rio para os Direitos Humanos, organiza��o oposicionista baseada em Londres, quest�es financeiras e estrat�gicas n�o deveriam sobrepor-se a considera��es humanit�rias. "O povo s�rio n�o deve pagar o pre�o de um jogo regional ou global de equil�brio de poder e dinheiro. Sem solu��es pr�ticas que possam realmente ser implementadas, n�o vai acontecer nada e a guerra continuar�. O principal ponto a focar, agora, � um consenso da comunidade internacional para que o regime de Al-Assad caia", afirmou, por e-mail.

As press�es na ONU e a viol�ncia em escalada na S�ria, com os rebeldes enfrentando o Ex�rcito tamb�m na capital, n�o parecem demover a R�ssia de manter o bloqueio no Conselho de Seguran�a. O emiss�rio especial das Na��es Unidas e da Liga �rabe, Kofi Annan, segue com os apelos para que a comunidade internacional atue unida em favor da implanta��o de um cessar-fogo, como prel�dio para algum tipo de transi��o pol�tica. "A R�ssia tem grande influ�ncia (na inatividade do conselho), mas n�o estou certo de que os eventos ser�o determinados por ela sozinha. O Ir� � um ator. Tem que ser parte da solu��o. � um pa�s que tem influ�ncia e n�o podemos ignor�-lo", afirmou Annan.

Ofensiva Um oficial das for�as que tentam derrubar o governo da S�ria disse que as tropas rebeldes lan�aram uma ofensiva ontem para "libertar" Alepo, a maior cidade do pa�s. Em Damasco, a capital s�ria, tropas leais ao presidente Assad recuperaram o controle de bairros que os rebeldes haviam ocupado durante a semana. "Demos as ordens para marchar para Alepo, com o objetivo de libertar a cidade", disse o coronel Abdul-Jabbar Mohammed Aqidi, das for�as rebeldes. "Exortamos os moradores de Alepo a ficarem em suas casas at� que a cidade seja libertada", afirmou o coronel em v�deo postado no YouTube pelas for�as de oposi��o s�rias, que t�m apoio dos EUA e de seus aliados europeus.


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