Os rebeldes s�rios est�o tentando estender a frente do conflito, com ataques nos postos fronteiri�os do norte e leste do pa�s e com ofensivas contra os centros de poder em Damasco e Aleppo, para obrigar o ex�rcito de Bashar al-Assad a se dispersar, consideram os especialistas. O atentado que na semana passada matou quatro dos funcion�rios de mais alto escal�o da seguran�a em Damasco, combinado com a ofensiva dos rebeldes do Ex�rcito S�rio Livre (ESL) na capital, obrigou o ex�rcito regular a se refugiar em Damasco e a abandonar outras posi��es. "� evidente que (o regime) tem que manter, principalmente, a capital sob controle, mas sua margem de manobra � cada vez menor", explica o brit�nico Paul Smyth. Para o especialista militar, diretor da companhia R31 Consulting, "n�o h� d�vida de que os rebeldes est�o em seu momento". Joseph Holliday, do Institute for the Study of War, em Washington, considera que o recuo do ex�rcito em Damasco torna o resto do pa�s mais vulner�vel. "Esta contra��o permitiu aos rebeldes tomar postos fronteiri�os com Turquia e Iraque. O regime continuar� se concentrando em Damasco (...) enquanto os rebeldes ter�o mais controle na periferia", considera.
Segundo Riad Kahwaji, diretor do Institute for Near East and Gulf Military Analysis (INEGMA) de Dubai, a capacidade do regime de mobilizar as suas tropas � cada vez menor. "Nem todas as unidades s�o leais, e as que o s�o t�m muito trabalho", afirma o especialista. "Tomar o controle de Aleppo depois de se apoderar dos postos fronteiri�os com a Turquia � uma boa decis�o, porque esta cidade est� perto das linhas de abastecimento e do quartel-general dos rebeldes na fronteira", afirma Kahwaji. Um novo Benghazi No entanto, Anthony Cordesman, outro especialista militar do Centre for Strategic and International Studies, em Washington, considera que as t�ticas locais de grupos dispersos n�o devem ser interpretadas como se fossem uma estrat�gia coordenada em todo o pa�s. "N�o sabemos se Aleppo � uma estrat�gia de uma fac��o importante dos rebeldes, se � uma rea��o aos �xitos de Damasco ou simplesmente um alvo que at� agora os rebeldes n�o haviam tentado tomar porque se sentiam muito fracos ou sem armas suficientes", indica. Para Paul Smyth, o regime ser� obrigado a lutar com todas as suas for�as para impedir que os rebeldes tomem Aleppo ou qualquer outra cidade. "Querem impedir que os insurgentes tenham outra Benghazi", a cidade da L�bia que se converteu no quartel general da rebeli�o contra Muanmar Kadhafi, afirma. Smyth considera que ainda � cedo para afirmar que os rebeldes disp�em de uma zona segura na fronteira e o controle dos postos fronteiri�os � principalmente simb�lico. Ainda assim, os especialistas est�o de acordo que os rebeldes s�o cada vez mais numerosos e t�m mais armas, enquanto as deser��es est�o "erodindo" o ex�rcito regular s�rio. Anthony Cordesman acredita que a estrat�gia descentralizada dos rebeldes pode jogar em seu favor e complicar um plano global de ataque por parte do regime. Segundo este especialista, os rebeldes poderiam vencer o conflito gra�as a "uma longa s�rie de ataques dispersos, sobretudo se provocarem rea��es massivas do regime nas zonas civis". "Se o regime � cada vez mais impopular, poder� se apoiar menos em suas for�as armadas e os insurgentes talvez j� n�o precisem de uma vit�ria decisiva", explica Cordesman.