N�mero de mortos por chuvas na China sobe para 77

O n�mero de mortos nas piores chuvas que atingem Pequim em 60 anos subiu para 77, informou nesta quinta-feira a ag�ncia de not�cias oficial da China, Xinhua. O dado supera em mais de duas vezes o anteriormente comunicado. Muitos moradores da capital chinesa mostraram d�vidas sobre os dados oficiais que apontavam 37 mortos, segundo um an�ncio das autoridades de Pequim no domingo. A chuva torrencial do s�bado, tida como a pior desde o in�cio dos registros no pa�s, em 1951, fez com que rios enchessem e inundassem as principais rodovias da cidade, atingindo uma enorme quantidade de ve�culos. Em Fangshan, regi�o mais afetada, na periferia montanhosa a sudoeste da cidade, moradores relataram na segunda-feira que carros haviam sido arrastados e muitas pessoas ainda estavam desaparecidas. Desde ent�o, diversas pessoas ficaram presas em seus ve�culos, incapazes de abrir as portas e janelas com a eleva��o do n�vel da �gua e sofrendo com a demora das equipes de resgate.

Muitas pessoas usaram os weibos chineses --microblogs parecidos com o Twitter-- para condenar a resposta oficial ao desastre na capital, que veio em um momento de grande instabilidade pol�tica. Alguns dizem que o n�mero de mortos e a dimens�o da destrui��o poderiam ter sido menores se o governo tivesse dado alertas melhores, incluindo por SMS, e tivesse modernizado os antigos sistemas de drenagem de Pequim. Autoridades ordenaram que a m�dia estatal se limitasse as hist�rias "dignas de louvor e l�grimas", enquanto censurava os raivosos coment�rios nos microblogs e amea�ava prender os cr�ticos. "De hoje em diante, iremos agir severamente em rela��o �queles que est�o usando a internet para... criar e transmitir rumores pol�ticos e atacar o partido (Comunista), os l�deres do Estado e o sistema vigente", disse na ter�a-feira o chefe de pol�cia da cidade, Fu Zhenghua, segundo o jornal Beijing Times. A amea�a, amplamente divulgada nesta quinta-feira, n�o impediu o surgimento de novas cr�ticas, com mensagens que a qualificavam como "uma confronta��o aberta ao povo". A porta-voz de Pequim, Wang Hui, insistiu, no in�cio da semana, que as autoridades n�o iriam omitir o n�mero real de mortos, se dizendo ciente de que a falta de atualiza��es por parte do governo gerou a desconfian�a das pessoas. Ela disse que as autoridades reconheciam que a import�ncia de divulgar o n�mero de v�timas, mencionando a epidemia de SARS (S�ndrome Respirat�ria Aguda Severa) em 2003, quando a China enfrentou a revolta internacional por tentar encobrir a doen�a. As enchentes causaram um preju�zo de mais de 10 bilh�es de iuan ($1,57 bilh�o) e afetou mais de 1,9 milh�o de pessoas, de acordo com a Xinhua. As autoridades da cidade informaram nesta semana que o prefeito de Pequim, Guo Jinlong, iria se afastar, ap�s diversos usu�rios do weibo exigirem sua sa�da. As autoridades tamb�m disseram, no entanto, que a decis�o n�o tinha rela��o com as chuvas e que Guo iria se tornar o secret�rio do partido Comunista em Pequim, cargo mais importante.