“Os tanques est�o a algumas dezenas de metros daqui. O pr�dio sacode e ocorre uma explos�o a cada 15 segundos. Eles lan�am foguetes pesados. Estou com o corpo colado ao ch�o. � assustador”. S�o 7h de s�bado em Aleppo (1h em Bras�lia) e o morador do Bairro de Salaheddine descreve dessa maneira o come�o da “m�e de todas as batalhas” – a ofensiva final das tropas do ditador Bashar al-Assad para aniquilar o Ex�rcito S�rio Livre (ESL) e retomar o controle da capital econ�mica do pa�s
O estudante de economia Mario Haddad teme pela sorte de quem mora em seu bairro, Al-Azizieh. “Estou muito preocupado. Eles j� destru�ram Homs, Hama e Deraa. O Ex�rcito s�rio provavelmente quer acabar com Aleppo tamb�m”, afirmou ele, pela internet. A fam�lia de Haddad j� tem bilhetes a�reos comprados e reservados para 8 de agosto. Mas a tentativa de sair do pa�s pode ser in�cua. “Voos decolam todos os dias, mas percorrer os 15 minutos de carro at� o aeroporto n�o � seguro”, explicou Haddad. Com base no depoimento de um comandante do ESL, a rede de tev� Al-Arabyia divulgou que as for�as de oposi��o teriam conseguido repelir os ataques do Ex�rcito.
Por telefone, Rami Abdel Rahman, diretor do Observat�rio S�rio para os Direitos Humanos, que funciona em Londres, informou que at� as 12h30 de ontem (hora de Bras�lia) os combates em Aleppo haviam matado 35 pessoas. A organiza��o n�o governamental calcula que 20.028 s�rios morreram desde o in�cio do levante, em 15 de mar�o de 2011 – 13.978 civis e rebeldes, 968 desertores do Ex�rcito e 5.082 membros das for�as do regime. “A matan�a continua e ningu�m poder� det�-la”, afirmou Rahman.
Pausa Depois de a tempestade de fogo desabar sobre Aleppo durante quase todo o dia, houve pausa dos combates no in�cio da noite. “O ataque contra Salaheddine parou e seguimos o Ex�rcito regular at� Hamdaniye”, afirmou � ag�ncia France Presse o coronel Abel Jabbar Al-Qaidi, chefe do conselho militar da regi�o. De acordo com ele, a t�tica do ESL � se mover de bairro em bairro e tirar das ruas os membros dos servi�os de seguran�a e das shabihas (mil�cias pr�-regime), antes de avan�ar.
“Vivemos em uma cidade fantasma. Voc� n�o pode sair de casa, ao menos que seja realmente importante. As lojas fecharam ao meio-dia, e a vida noturna no Ramad� j� foi bem diferente. Aleppo costumava ficar acordada at� a madrugada”, lamenta outro morador do Bairro de Al-Jamelieh, ainda distante dos confrontos, pela internet. “As coisas melhorar�o nos pr�ximos dias, depois que o ESL for chutado para fora de Aleppo”, aposta esse s�rio, que contou ter simpatizado com a revolu��o at� ela se transformar em luta armada. “Hoje, sou a favor da democracia”, ressaltou.