O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, afirmou nesta sexta-feira (17) que o "tumor cancer�geno" de Israel vai desaparecer em breve, durante um discurso em Teer� em ocasi�o do Dia Al-Quds (Jerusal�m em �rabe).
"O regime sionista � um tumor cancer�geno (...) Os pa�ses da regi�o v�o acabar em breve com a presen�a dos usurpadores sionistas na terra Palestina", declarou Ahmadinejad a manifestantes reunidos na universidade de Teer� para a ora��o coletiva.
A televis�o estatal iraniana exibiu imagens de multid�es reunidas por todo o pa�s para participar do "Dia Al-Quds", organizado todos os anos pelo poder em solidariedade aos palestinos e contra Israel.
"Eles [ocidentais] dizem que querem um novo Oriente M�dio. N�s tamb�m queremos um novo Oriente M�dio, mas no nosso n�o haver� tra�os de sionistas", declarou Ahmadinejad, em um contexto de tens�o crescente entre Ir� e Israel.
"Eles [Estados Unidos e aliados] querem que aceitemos a solu��o de dois Estados (...) Mesmo se derem 80% da terra da Palestina aos palestinos e mantiverem 20% [para os israelenses], vai ser perigoso, ser� como acabar com anos de resist�ncia", disse.
'Odiosas'
Pouco depois, o governo americano reagiu, considerando "chocantes" e "odiosas" as declara��es do presidente iraniano.
"N�s condenamos energicamente as �ltimas declara��es chocantes e repreens�veis de l�deres iranianos contra Israel", declarou o porta-voz do NSC (Conselho de Seguran�a Nacional), Tommy Vietor.
"Toda a comunidade internacional deveria condenar estas afirma��es odiosas", acrescentou Vietor em um comunicado, que tamb�m questiona o apoio de Teer� ao regime do presidente s�rio Bashar al-Assad.
"Se os l�deres iranianos est�o realmente preocupados com os direitos e com a dignidade de todos os seres Humanos, ent�o o Ir� deveria parar de apoiar a agress�o brutal de Assad sobre os s�rios", explicou o porta-voz.
O guia supremo do Ir�, o aiatol� Ali Khamenei, havia afirmado na quarta-feira que Israel � uma "excresc�ncia sionista artificial, desaparecer� da paisagem" da regi�o.
Muitos manifestantes no "Dia Al-Quds" exibiram imagens do aiatol� e do im� Khomeini, fundador da Rep�blica Isl�mica, assim como bandeiras do Hezbollah liban�s.
Nas �ltimas semanas, a imprensa israelense divulgou v�rias informa��es, com base em declara��es de autoridades que pediram anonimato, segundo as quais uma a��o militar israelense contra o programa nuclear era iminente.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Ehud Barak, s�o a favor de um ataque contra o programa nuclear do Ir�, mas outros altos funcion�rios, principalmente dos servi�os militares e de intelig�ncia, s�o contr�rios.
Na quinta-feira (16), o presidente israelense, Shimon Peres, afirmou que estava claro que Israel n�o poderia atacar o Ir� sem a ajuda dos Estados Unidos, em uma entrevista concedida � televis�o israelense. Essas declara��es causaram pol�mica em Israel nesta sexta.
Pot�ncia
�nica pot�ncia nuclear --oficial-- da regi�o, Israel considera que sua exist�ncia estaria amea�ada, caso Teer� consiga produzir armas at�micas.
O Ir� nega que seu programa nuclear tenha objetivos militares.
Aumentando ainda mais a tens�o, o chefe do Hezbollah liban�s, Hassan Nasrallah, advertiu nesta sexta-feira que o partido xiita armado transformar� "em inferno as vidas de milhares de israelenses" no caso de ataques por parte do Estado de Israel.
"H� alvos na Palestina ocupada (Israel) que podem ser atacados com um pequeno n�mero de m�sseis. Possu�mos esses m�sseis (...) e n�o hesitaremos em utiliz�-los para proteger nosso povo e nosso pa�s. Isso transformar� a vida de centenas de milhares de sionistas em um verdadeiro inferno", afirmou Nasrallah em uma cerim�nia por ocasi�o do Al-Quds.
O chefe do Hezbollah afirmou que, se o Ir�, principal apoio do partido xiita, "for atacado por Israel, a resposta ser� enorme".