Os Estados Unidos avisaram nesta segunda-feira que podem intervir militarmente na S�ria se forem deslocadas ou utilizadas armas qu�micas no pa�s, onde uma jornalista japonesa foi morta em Aleppo e outros tr�s rep�rteres, dois �rabes e um turco, est�o desaparecidos.
Obama explicou que at� agora n�o ordenou uma interven��o militar, mas advertiu que os Estados Unidos est�o "monitorando a situa��o cuidadosamente" e elaboraram diversos planos de conting�ncia.
"Pode haver enormes consequ�ncias se come�armos a observar a movimenta��o ou o uso de armas qu�micas (...). Isso mudaria meus c�lculos significativamente", disse na coletiva de imprensa.
"Comunicamos em termos firmes a todos os atores na regi�o que isto (o uso de armas qu�micas) � a linha vermelha para n�s e que pode haver enormes consequ�ncias", disse o mandat�rio.
Em Paris, o presidente franc�s, Fran�ois Hollande, considerou nesta segunda-feira que "n�o pode haver solu��o pol�tica se Bashar al-Assad n�o deixar" o poder na S�ria, durante um encontro com o novo enviado especial da ONU e da Liga �rabe, Lakhdar Brahimi.
Na v�spera, o diplomata argelino n�o quis se posicionar sobre esse ponto e afirmou: "Precisamos acabar com a guerra civil e isto n�o ser� simples".
O regime de Damasco respondeu, indicando que essas declara��es s�o "contr�rias � realidade" e que "o que h� no terreno s�o crimes terroristas contra o povo s�rio praticados por grupos armados salafistas apoiados por pa�ses conhecidos".
O governo de Bashar al-Assad acusa a Ar�bia Saudita e o Qatar de fornecer armas aos rebeldes, apoiados tamb�m por agentes secretos americanos, brit�nicos e alem�es, segundo as imprensas da Alemanha e do Reino Unido.
No terreno, a festa mu�ulmana do Eid el Fitr, que come�ou no domingo e durante tr�s dias celebrar� o final do Ramad�, foi ofuscada pelos combates em Aleppo (355 km ao norte de Damasco), onde uma jornalista japonesa foi morta, e na pr�pria capital.
Segundo um registro do Observat�rio S�rio dos Direitos Humanos (OSDH), nesta segunda-feira morreram pelo menos 131 pessoas, entre elas 57 civis, 37 soldados e 37 rebeldes.
Jornalista japonesa morta
Uma jornalista japonesa foi morta nesta segunda-feira quando cobria os confrontos em Aleppo, enquanto dois rep�rteres �rabes e um terceiro turco foram considerados desaparecidos nesta cidades, indicou o OSDH.
A jornalista japonesa foi morta em Sleiemane al-Halabi, bairro do leste de Aleppo onde violentos combates eclodiram nesta manh� entre tropas do governo e rebeldes. A ONG, com sede na Gr�-Bretanha, indica apenas que um dos dois rep�rteres �rabes � uma libanesa e o outro � um jornalista �rabe que trabalha para uma empresa americana.
"Foi ferida com gravidade nesta segunda-feira quando cobria os enfrentamentos em Sleiman al-Halabi, travados desde ontem (domingo). N�s a levamos para um hospital, onde faleceu devido aos seus ferimentos", explicou � AFP Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH, baseando-se em fontes m�dicas desse hospital.
"Muito provavelmente, foi atingida por um proj�til", acrescentou. O presidente do Observat�rio n�o revelou maiores detalhes sobre os jornalistas desaparecidos.
Em um v�deo postado no YouTube por ativistas � poss�vel ver o corpo de uma mulher em uma sala, apresentado como o da jornalista japonesa morta pelas mil�cias leais ao regime. O bra�o direito da v�tima apresenta um ferimento e, ao seu lado, um homem de aspecto asi�tico parece pedir ajuda a um m�dico. A AFP n�o p�de confirmar essas informa��es, nem a autenticidade do v�deo de maneira independente.
Exatamente um m�s depois do in�cio da batalha de Aleppo, os rebeldes levaram nesta segunda-feira os combates para o centro da cidade, enfrentando o Ex�rcito pr�ximo ao tribunal militar e � sede do partido governante Baath, dois s�mbolos do regime de Assad, segundo o OSDH.
Um comandante do Ex�rcito S�rio Livre, formado por desertores e civis armados, afirmou � AFP que os rebeldes "entraram e tomaram o controle" de setores centrais, como s�o Al-Tilal, Al-Maadi e Jdaid�.
J� na capital, eclodiram enfrentamentos em bairros do leste e do sul, hostis ao regime, como Joubar (leste) e Tadamoun (sul), segundo o OSDH.
E no sul do pa�s, a cidade de Herak, onde insurgentes se entrincheiraram, enfrenta uma situa��o humanit�ria catastr�fica, j� que n�o recebe alimentos e medicamentos, segundo o Conselho Nacional S�rio (CNS), principal coaliz�o opositora.
A arma financeira
O ministro franc�s das Rela��es Exteriores, Laurent Fabius, declarou nesta segunda-feira de manh� a uma r�dio que o conflito custa a Damasco 1 bilh�o de euros por m�s e que a via financeira pode ser uma arma eficaz para "estrangular" o regime.
"Cada vez tem menos reservas. Consideramos que resta apenas alguns meses, a n�o ser que receba ajuda da R�ssia e do Ir�. � por isso que � preciso falar pelo menos com a R�ssia", um dos principais aliados de Damasco, acrescentou.
Enquanto os bombardeios ganham intensidade no norte da S�ria e provocam a fuga de milhares de pessoas para a Turquia, Ancara advertiu nesta segunda que o pa�s, que recebe atualmente 70.000 refugiados s�rios, n�o pode aceitar mais de 100.000.