Conflito cruza a fronteira e chega ao L�bano

 

Os confrontos entre rebeldes e tropas do governo, que deixaram a S�ria em uma ca�tica guerra civil, t�m feito milhares de v�timas e, a cada dia, produzem centenas de refugiados para os pa�ses fronteiri�os. A Turquia, a Jord�nia, o Iraque e o L�bano est�o com dificuldade de absorver o fluxo de civis que fogem da viol�ncia e pedem ajuda �s Na��es Unidas. Agora, a viol�ncia sect�ria que come�a a ocorrer na S�ria j� produz tens�es e d� sinais de florescer tamb�m no L�bano.

Na S�ria, o poder est� concentrado na m�o dos alauitas, um ramo do xiismo, incluindo o ditador Bashar al-Assad e seus mais pr�ximos colaboradores. S�o cerca de 10% da popula��o, majoritariamente sunita (65%), mas tamb�m composta de drusos, curdos e crist�os. Os sunitas, que se dizem perseguidos ou desprezados pelo governo, formam o n�cleo da oposi��o e dos diferentes grupos rebeldes que, lutam pela deposi��o de Al-Assad. Os v�nculos entre a S�ria e o L�bano s�o hist�ricos e ambos s�o compostos por diferentes grupos religiosos que, muitas vezes, disputam o poder.

A pol�cia libanesa informou ontem que grupos sunitas e alauitas entraram em confronto em Tr�poli, no Norte do pa�s, deixando tr�s mortos e mais de 30 feridos, entre civis e policiais. As a��es s�o reflexo da onda de viol�ncia na vizinha S�ria, em que os dois grupos disputam o controle do pa�s h� 17 meses. Os enfrentamentos recome�aram por volta das 8h (2h em Bras�lia), entre os moradores dos bairros de Bab al-Tebaneh, de maioria sunita, e Yabal Mohsen, dominado por alauitas. Os primeiros s�o aliados dos rebeldes s�rios, enquanto os �ltimos fi�is ao ditador s�rio.

Tens�o A revolta na S�ria exacerba a tens�o no L�bano, que viveu 30 anos sob hegemonia s�ria, e o pa�s se mant�m profundamente dividido entre advers�rios e partid�rios de Al-Assad, embora as autoridades locais tenham evitado tomar posi��o frente ao conflito s�rio. Desde o in�cio do ano, a regi�o foi palco de confrontos pontuais entre os grupos, que tomaram partido de um dos lados na onda de viol�ncia no pa�s vizinho. Os momentos mais violentos foram em fevereiro, com uma ofensiva que durou tr�s dias, e em abril, quando um grupo de peregrinos foi sequestrado por rebeldes s�rios. Em repres�lia, o cl� xiita Mokdad iniciou campanha de sequestros de cidad�os s�rios para conseguir a liberta��o de um de seus membros, supostamente capturado pelo Ex�rcito Livre S�rio.

Em territ�rio s�rio, tropas do governo retomaram a cidade de Moadamiyeh, controlada pelos insurgentes nos arredores de Damasco, depois de dias de intensos combates, matando dezenas de pessoas, inclu�dos 23 combatentes. Ativistas disseram que dezenas de corpos foram encontrados em um abrigo na cidade. Em Aleppo, maior cidade da S�ria e onde ocorrem combates entre as tropas do Ex�rcito e os rebeldes, uma rep�rter de 45 anos da televis�o japonesa que cobre a guerra civil, Mika Yamamoto, foi morta em um tiroteio. Ela foi a primeira jornalista estrangeira a ser morta em Aleppo desde que a guerra civil chegou � cidade do Norte da S�ria, h� um m�s.

Os governos da R�ssia e da China alertaram o Ocidente hoje para que n�o tome qualquer a��o unilateral sobre a S�ria, afirmando que R�ssia e China concordam que viola��es �s leis internacionais e � Carta da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) n�o s�o permiss�veis. As declara��es s�o feitas ap�s o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, amea�ar uma interven��o militar caso o regime s�rio use armas qu�micas durante os confrontos com os rebeldes. O vice-primeiro-ministro da S�ria, Qadri Jamil, falando tamb�m em Moscou, considerou a amea�a de Obama apenas combust�vel para m�dia.