A avia��o e os tanques do regime de Bashar al-Assad atacaram nesta sexta-feira v�rios redutos rebeldes em toda a S�ria, onde o conflito deixou mais de 4.000 mortos nas �ltimas tr�s semanas, segundo o Observat�rio S�rio dos Direitos Humanos (OSDH).
Nestas circunst�ncias, o novo mediador das Na��es Unidas e da Liga �rabe para a S�ria, Lakhdar Brahimi, disse nesta sexta-feira que se sente "honrado, orgulhoso, comovido e assustado" por sua miss�o, durante um encontro com o secret�rio-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Obuses e foguetes atingiram as prov�ncias de Deraa (sul), Idleb (noroeste), Aleppo (norte), Homs e Hama (centro) e os sub�rbios de Damasco, assim como Deir Ezzor (leste), indicou o OSDH.
Pelo menos 21 pessoas morreram no desabamento de dois pr�dios atacados pelo Ex�rcito, incluindo 12 mulheres e uma crian�a, em Mayadine, na prov�ncia de Deir Ezzor (leste), segundo o OSDH. A televis�o oficial s�ria indicou a morte de "dezenas de terroristas" nesta cidade de 55.000 moradores, situada a 420 km de Damasco.
Enquanto isso, mais de 50 cad�veres de pessoas mortas a tiros foram encontrados nas �ltimas 24 horas em Damasco, em Aleppo e em diferentes regi�es assoladas pela viol�ncia.
Os atos de viol�ncia se concentram nas imedia��es de Damasco, quartel-general do regime, e em Aleppo, pulm�o econ�mico do pa�s, devastada por mais de um m�s de uma batalha crucial.
"A maior parte das pessoas deixou esta regi�o. Elas s�o pobres, e n�s tentamos ajudar um pouco quem ficou", disse nesta sexta-feira um combatente rebelde na cidade de Aleppo.
Apesar da escalada, os s�rios sa�ram �s ruas aos milhares, como a cada sexta-feira desde mar�o de 2011, para manifestar a sua oposi��o ao regime e sua decep��o frente � incapacidade da comunidade internacional de p�r fim ao banho de sangue. "O mundo nos enoja!" gritavam os manifestantes em Deraa.
O registro de v�timas desta sexta chegou a 130 mortos em todo o pa�s -- 86 civis, 29 soldados e 15 rebeldes --, segundo um registro ainda provis�rio do OSDH, que se baseia em uma rede de militantes e testemunhas.
Mais de 200.000 refugiados
A viol�ncia atingiu um pico em agosto com pelo menos 4.000 mortos: "Antes mesmo de seu fim, agosto � o m�s mais violento, com a morte de mais de 3.000 civis armados ou n�o, de 918 soldados e de 38 desertores", declarou � AFP Rami Abdel Rahman, presidente do OSDH.
"A esse registro, somam-se mais de 200 corpos que foram enterrados sem que fossem identificados", acrescentou.
Em Aleppo, "o conflito ganha ares de guerra civil porque h� cl�s pr�-regime que enfrentam os rebeldes", prosseguiu.
N�o � poss�vel confirmar esses registros de forma independente em raz�o das restri��es impostas � imprensa estrangeira.
O jornalista americano independente Austin Tice, de 31 anos, que entrou clandestinamente na S�ria, est� desaparecido h� mais de uma semana, segundo o Washington Post e o grupo de imprensa McClatchy, seus mais recentes empregadores, que est�o preocupados com sua seguran�a.
Desde o in�cio da revolta, a viol�ncia na S�ria deixou 25.000 mortos, em sua grande maioria civis, segundo um registro do OSDH, e obrigou mais de 200.000 s�rios a fugir para pa�ses vizinhos, segundo o Alto Comissariado para os Refugiados da ONU (Acnur).
Na Jord�nia, as autoridades anunciaram que um recorde de 2.324 refugiados s�rios haviam cruzado a fronteira na noite de quinta para sexta-feira.
Mais de 2 milh�es de pessoas na S�ria precisam de ajuda, segundo o Acnur, que explicou que a viol�ncia no pa�s e os confrontos ligados � crise s�ria no vizinho L�bano complicam sua miss�o.
O Conselho Nacional S�rio (CNS), principal coaliz�o opositora, lembrou nesta sexta-feira que mesmo que as aten��es da imprensa estejam voltadas para Aleppo, a situa��o em Homs permanece dram�tica.
A cidade est� "cercada h� 80 dias" e milhares de civis n�o t�m comida e medicamentos. "As casas, os abrigos e os hospitais s�o bombardeados", indicou o CNS em um comunicado.
Diante do bloqueio no Conselho de Seguran�a da ONU, Paris e Berlim pressionam juntas para que esta inst�ncia tome decis�es pelo menos no �mbito "humanit�rio".
A Fran�a mencionou a possibilidade de instaurar, para fins humanit�rios, uma zona de exclus�o a�rea ao longo da fronteira na S�ria. Uma zona como essa pode ser utilizada com fins militares, segundo especialistas que insistem na necessidade de um mandato da ONU.
A oposi��o s�ria exige o estabelecimento dessa zona, principalmente no norte, na fronteira com a Turquia, mencionando o modelo daquele que ajudou, a contragosto de Moscou e Pequim, a derrubar o l�der Muamar Kadhafi.