
O cen�rio estava pronto em Tampa, mas a aproxima��o vigorosa da tormenta tropical Isaac, esperado hoje na Fl�rida, obrigou o Partido Republicano a adiar para amanh� a abertura do encontro que oficializar� a chapa Mitt Romney-Paul Ryan para disputar a Casa Branca, em novembro. Depois de ter passado pelo Caribe, Isaac ganhava for�a na passagem pelo Golfo do M�xico, e o Centro Nacional de Furac�es (NHC), com sede na Fl�rida, alertou para a possibilidade de o fen�meno chegar ao estado como um furac�o de categoria 2, com ventos de at� 170km/h. Dessa maneira, Isaac seria a tempestade mais vigorosa a atingir os Estados Unidos desde o furac�o Katrina, que arrasou Nova Orleans em 2005, e comprometeu as chances dos republicanos na elei��o presidencial de 2008, vencida pelo democrata Barack Obama.
A pouco mais de dois meses da vota��o, a oposi��o aposta na expectativa de proporcionar a Romney um empurr�o nas pesquisas nacionais. Experi�ncias anteriores e proje��es divulgadas na �ltima semana indicam que a exposi��o na m�dia durante a conven��o pode render pontos nas inten��es de voto, fator crucial em uma disputa apertada como a deste ano. Mas o comit� da campanha de Obama � reelei��o montou uma concorrida agenda para a semana do encontro republicano.
Nesse sentido, acrescenta Anderson, a escolha do candidato a vice ajudou a criar um "mapa para as ideias" republicanas. "Colocar Paul Ryan na disputa deu a Romney um pouco dessa vis�o." O an�ncio do vice e o pr�prio efeito da conven��o republicana amea�am a ligeira vantagem mantida at� aqui por Obama. Uma proje��o do Gallup sugere que o acr�scimo pode ser de seis pontos ap�s a indica��o oficial – que, no caso de Romney, est� prevista para a noite de quinta-feira.
"A grande quest�o � se essa vantagem (posterior � conven��o) se dissipar� rapidamente ou se o candidato ser� capaz de mant�-la at� de novembro", afirma o cientista pol�tico Tim Hagle, da Universidade de Iowa, um veterano no processo de prim�rias republicanas. Assim como a especialista de Tampa, Hagle v� o evento como oportunidade crucial para Romney se projetar, tanto para o eleitorado republicano como para os indecisos. "Para algumas pessoas, a conven��o � quando come�am a prestar mais aten��o nos candidatos."
AUDI�NCIA Nos Estados Unidos, as conven��es partid�rias e o per�odo de prim�rias que as precede s�o considerados pontos altos da disputa. Mas o impacto delas vem diminuindo, explica Mary Anderson, inclusive pela oferta cada vez maior de op��es na tev� por assinatura. "H� 12 anos, todo o hor�rio nobre da tev� se ocupava de transmitir as conven��es. Hoje, apenas alguns canais a cabo continuam fazendo isso", afirma a cientista pol�tica. Ela considera essa tend�ncia "desapontadora", uma vez que os eleitores j� n�o buscam tantas informa��es sobre os candidatos.
Tratando de distrair ainda mais o p�blico, os democratas armaram uma estrat�gia destinada a dividir aten��es com a conven��o republicana. Al�m de anunciar uma agenda at�pica para o presidente —o habitual seria ele evitar exposi��o durante o per�odo —, a primeira-dama, Michelle Obama, conceder� na quarta-feira uma entrevista ao popular programa do apresentador David Leterman. Para a mesma noite est� programado o discurso de Paul Ryan. O vice-presidente, Joe Biden, programou eventos de campanha na Fl�rida. Tanto empenho dos democratas, na avalia��o de Anderson, tem por objetivo minar o quanto poss�vel o �mpeto da oposi��o em um estado no qual vencer � imperioso para o republicano. "A Fl�rida � chave para os republicanos. Obama n�o precisa necessariamente vencer para manter a vantagem, mas Romney tem de ganhar aqui", conclui.
Produ��o suspensa O temor da f�ria de Isaac levou grupos petroleiros a interromperem os trabalhos e a retirar seus funcion�rios das plataformas no Golfo do M�xico. De acordo com as estimativas, a medida ter� um impacto de 24,19% sobre a produ��o di�ria de petr�leo, o equivalente a 333,8 mil barris. Tamb�m comprometer� em 8,29% a gera��o de g�s natural (371 milh�es de p�s c�bicos). Esses n�meros devem aumentar nos pr�ximos dias. Isaac chega aos EUA depois de passar por Cuba, pelo Haiti e pela Rep�blica Dominicana. No primeiro, provocou apenas danos materiais. No Haiti, que ainda se recupera do terremoto de 2010, deixou pelo menos seis mortes.
Tr�s pessoas est�o desaparecidas na Rep�blica Dominicana.