A guerrilha colombiana das Farc (For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia) anunciaram nesta sexta-feira sua equipe de delegados para o processo de paz, com um perfil marcadamente pol�tico e de experi�ncia negociadora, insistindo em pedir como delegado seu comandante Sim�n Trinidad, preso nos Estados Unidos.
Este grupo principal ser� acompanhado dos comandantes Jes�s Santrich, Hermes Aguilar, Rub�n Zamora e Bernardo Salcedo, como assessores.
Embora Trinidad cumpra pena nos Estados Unidos, Calarc� destacou que sua participa��o na mesa "ser� discutida assim que forem iniciados os di�logos" no pr�ximo 8 de outubro, em Oslo.
As conversa��es ser�o realizadas posteriormente em Havana sobre uma agenda j� acertada nos �ltimos seis meses, que inclui o conflito rural, o narcotr�fico, as garantias para a participa��o pol�tica e o abandono das armas.
Essas nomea��es foram apresentadas depois do an�ncio feito na semana passada pelo presidente Juan Manuel Santos de seus representantes no processo de paz, o quarto celebrado com as Farc desde os anos 1980.
A equipe de governo � chefiada pelo ex-vice-presidente Humberto de la Calle e integrada, ainda, pelo presidente da Associa��o de Industriais, Luis Carlos Villegas; pelo ex-comandantes das For�as Militares, general da reserva Jorge Mora; pelo ex-diretor da pol�cia geral da reserva �scar Naranjo; pelo ex-ministro do Ambiente e ex-comiss�rio de paz, Frank Pearl, e pelo assessor presidencial Sergio Jaramillo, que foi nomeado como comiss�rio para a paz.
"Os delegados das Farc s�o pessoas que t�m experi�ncia negociadora. A princ�pio, est�o representados todos os matizes das Farc", comentou � AFP o historiador Med�filo Medina, que conheceu pessoalmente v�rios altos comandantes da guerrilha e os encorajou publicamente a iniciar um di�logo de paz.
"M�rquez e Par�s s�o considerados r�gidos e � bom que estejam ali, assim como o general Mora est� na equipe de governo. � com estes setores que se ver�, na hora da verdade, at� onde chega a aposta da paz. Se forem escolhidos apenas os mais acess�veis, o processo se torna irreal", avaliou Medina.
M�rquez, de 57 anos, foi negociador nos di�logos de paz de Caracas (Venezuela) e Tlaxcala (M�xico) com o governo de C�sar Gaviria, entre 1991 e 1992, e participou dos de San Vicente del Cagu�n (sudeste da Col�mbia), com o governo de Andr�s Pastrana (1998-2002).
Com uma longa estada no M�xico, Calarc� � encarregado das rela��es internacionais das Farc na Am�rica Latina. "Tem uma vis�o cosmopolita, o que � �til em um negociador", afirmou Medina.
Rodrigo Granda, �s vezes chamado de "o chanceler das Farc", e Andr�s Par�s viveram na Venezuela e nenhum dos dois se destaca no campo militar.
Trinidad, cujo nome verdadeiro � Ricardo Palmera, de 62 anos, cumpre nos Estados Unidos pena de 60 anos de pris�o pelo sequestro de tr�s americanos na Col�mbia.
A insist�ncia da guerrilha para que seja um de seus porta-vozes principais � uma "mensagem simb�lica" na qual se questiona o papel dos Estados Unidos no conflito interno da Col�mbia, avaliou Luis Eduardo Celis, pesquisador da Corpora��o Novo Arco �ris, ONG especializada no conflito armado no pa�s.
"Do ponto de vista legal, Trinidad n�o tem chance alguma de sair da pris�o. As Farc o nomeiam com muito c�lculo e sua nomea��o desafia os Estados Unidos", disse Celis � AFP.
Medina concorda. "� uma forma de lembrar aos Estados Unidos que est� neste processo de paz porque teve a ver com a guerra", disse.
Nos �ltimos dez anos, os de mais reveses para as Farc, Bogot� recebeu US$ 8 bilh�es em ajuda de Washington para o combate ao narcotr�fico e �s guerrilhas, por meio do Plano Col�mbia.
Fundadas em 1964 e contando com 9.200 combatentes atualmente, as Farc s�o a guerrilha mais antiga da Am�rica Latina.