Um ataque que matou pelo menos 12 pessoas nesta ter�a-feira em Cabul e reivindicado por rebeldes afeg�os foi a resposta mais violenta contra o filme anti-isl�, cujos produtores foram acusados de incitamento ao �dio no Egito.
O grupo Hezb-e-Islami, a segunda maior forma��o de insurgentes afeg�os atr�s do talib�, reivindicou a responsabilidade pelo ataque suicida em um micro-�nibus em uma estrada para o aeroporto de Cabul, que matou oito sul-africanos, um quirguiz e tr�s afeg�os.
O Hezb-e-Islami alega ter praticado o ataque em resposta ao filme de baixo or�amento produzido nos Estados Unidos, "A inoc�ncia dos mu�ulmanos", que apresenta o profeta Maom� como um bandido com pr�ticas desviantes.
O Procurador-Geral do Egito se comprometeu nesta ter�a-feira a processar sete coptas eg�pcios que vivem nos Estados Unidos e que s�o suspeitos de envolvimento na produ��o e distribui��o do filme anti-Isl�, que provocou uma onda de viol�ncia, com um registro de 31 mortos na �ltima semana no mundo mu�ulmano.
Os sete homens - Morris Sadek, Nabil Bissada, Esmat Zaklama, Elia Bassily, Ihab Yaacoub, Jack Atallah e Adel Riad- s�o acusados de "insultar o Isl�, insultar o profeta (Maom�) e incitar o �dio religioso", segundo um comunicado da Procuradoria-Geral, que ainda n�o definiu uma data para o julgamento.
Um �m� salafista eg�pcio tamb�m lan�ou uma fatwa, pedindo a morte de todos os protagonistas do filme, de acordo com o centro americano de monitoramento de sites isl�micos SITE.
Manifesta��es no Cairo contra o filme divulgado na internet abafaram as discuss�es sobre a redu��o da d�vida eg�pcia com os Estados Unidos para um bilh�o de d�lares, considerou o Washington Post.
Essas discuss�es s�o destinadas a prestar uma assist�ncia econ�mica fundamental ao novo governo eg�pcio, controlado pela Irmandade Mu�ulmana e que enfrenta enormes desafios econ�micos ap�s a revolta de 2011, que p�s fim ao reinado do presidente Hosni Mubarak.
Mas, de acordo com membros do governo americano citados pela imprensa dos Estados Unidos, o Egito n�o deve esperar para receber uma ajuda substancial - pelo menos n�o antes da elei��o presidencial de 6 de novembro.
Novas manifesta��es e amea�as �
Novas manifesta��es anti-americanas ocorreram nesta ter�a-feira nas principais cidades do Paquist�o, um pa�s de 180 milh�es de pessoas, incluindo em Peshawar (noroeste), onde a pol�cia usou g�s lacrimog�neo para dispersar cerca de 2.000 manifestantes reunidos em frente ao consulado dos Estados Unidos.
As autoridades do pa�s bloquearam o acesso ao YouTube, ap�s a recusa do site em retirar o filme considerado blasfemo.
Confrontos tamb�m eclodiram na Caxemira indiana entre centenas de manifestantes mu�ulmanos e for�as de seguran�a. Em Srinagar, a principal cidade da regi�o de maioria mu�ulmana, um grupo de cerca de 300 manifestantes tentou entrar em um escrit�rio local das Na��es Unidas, mas foi impedido pela pol�cia, de acordo com um fot�grafo da AFP.
A �ndia, que tem cerca de 150 milh�es de mu�ulmanos, condenou o filme, considerado um "insulto".
Centenas de pessoas protestaram sob forte chuva em frente � embaixada americana em Bangcoc, Tail�ndia, pa�s predominantemente budista, que tem uma minoria mu�ulmana.
Em Jerusal�m Oriental, jovens palestinos entraram em confronto com a pol�cia israelense durante um protesto contra o filme, informaram a pol�cia e um jornalista que testemunhou o tumulto.
Os manifestantes sa�ram do acampamento de refugiados de Shuafat e se dirigiram para o posto de controle entre Jerusal�m Oriental, ocupada, e para a parte oeste da cidade, onde os enfrentamentos foram registrados.
"Cerca de 200 jovens jogaram pedras e coquet�is molotov contra o posto. As for�as de seguran�a impediram que se aproximassem atirando bombas de g�s lacrimog�neo", declarou � AFP Luba Samri, uma porta-voz da pol�cia.
Segundo um jornalista da AFP, pelo menos 20 manifestantes ficaram feridos pelas bombas de g�s lacrimog�neo e pelos disparos de balas de borracha.
O IntelCenter, um dos sites americanos de monitoramento de portais isl�micos, indicou nesta ter�a-feira que a Al-Qaeda no Magreb Isl�mico (AQMI), convocou no s�bado seus partid�rios a "seguirem" o exemplo dos l�bios que atacaram o consulado americano em Benghazi e a matar os embaixador dos Estados Unidos em outros pa�ses do Magrebe.
A AQIM descreveu a morte do embaixador no ataque em Benghazi como o "melhor presente" para os radicais islamitas em ocasi�o do anivers�rio dos atentados de 11 de setembro de 2001.
Em Paris e em v�rias cidades da Fran�a, novas manifesta��es foram convocadas contra o filme para s�bado .
A situa��o pode se tornar explosiva para a Fran�a, onde a revista sat�rica Charlie Hebdo prometeu publicar em seu pr�ximo n�mero, que sair� �s bancas nesta quarta-feira, uma s�rie de desenhos representando o profeta Maom� e que, segundo seu diretor, chocar�o "aqueles que quiserem ser chocados".
O primeiro-ministro franc�s, Jean-Marc Ayrault, reagiu imediatamente afirmando que desaprova "qualquer excesso" e pedindo "responsabilidade".
Na Alemanha, o governo indicou que far� todo o poss�vel para impedir a exibi��o de "A inoc�ncia dos mu�ulmanos" no pa�s.
A fac��o "Pro Deutschland", que vem realizando h� v�rios meses uma campanha contra os mu�ulmanos, quer exibir em um cinema de Berlim uma vers�o integral do longa-metragem.