O Paquist�o foi nesta sexta-feira o principal palco de protestos contra o filme americano anti-isl� e a mobiliza��o, extremamente fragmentada, de milhares de pessoas resultou em 17 mortos e mais de 200 feridos.
Em outros pa�ses mu�ulmanos, protestos antiamericanos ou antifranceses, ap�s a publica��o de novas charges de Maom� na Fran�a, foram limitados e sem viol�ncia depois da ora��o.
O registro nesta sexta-feira era de 17 mortes - 12 em Karachi, a metr�pole do sul do Paquist�o, e cinco em Peshawar, a maior cidade do noroeste - e cerca de 200 feridos, contando com os registrados na capital Islamabad, onde os manifestantes foram mantidos longe das embaixadas ocidentais.
Essas mortes elevam para 19 o n�mero de mortes registradas no total no Paquist�o, desde o in�cio dos protestos contra o filme na semana passada.
Enquanto o com�rcio permaneceu fechado, os protestos se multiplicaram e se intensificaram � tarde, depois da ora��o, liderados por influentes partidos isl�micos e alguns grupos extremistas.
Os primeiros incidentes graves aconteceram pela manh� em Peshawar, regi�o muito conservadora e fronteira com o Afeganist�o, onde milhares de pessoas se reuniram.
As cinco pessoas morreram em confrontos com a pol�cia depois que os manifestantes saquearam e queimaram dois cinemas.
Em Karachi, onde manifestantes tamb�m incendiaram tr�s cinemas, tr�s bancos e um restaurante da rede americana Kentucky Fried Chicken, doze pessoas morreram, incluindo um policial, segundo a pol�cia.
As for�as de seguran�a estavam em alerta principalmente na capital Islamabad, onde barreiras foram levantadas para evitar o ataque contra o reduto diplom�tico, onde est�o instalados as embaixadas dos Estados Unidos e da Fran�a.
Cerca de 20 mil pessoas marcharam aos gritos "Os americanos s�o c�es" e "Os amigos dos americanos s�o traidores" perto do enclave. Alguns chegaram a jogar pedras na pol�cia, que respondeu disparando g�s lacrimog�neo. Os manifestantes foram dispersados j� durante a noite.
Na quinta-feira, os confrontos no mesmo local resultaram em 50 feridos.
O primeiro-ministro paquistan�s, Raja Ashraf, pediu no in�cio do dia ao povo que protestasse pacificamente, ao mesmo tempo em que condenou veementemente o filme americano como "um ataque inaceit�vel contra o profeta".
As manifesta��es antiamericanas s�o comuns no Paquist�o, pa�s de 180 milh�es de habitantes, onde poderosos grupos islamitas denunciam regularmente a alian�a do governo de Islamabad com os Estados Unidos.
Mas uma onda de manifesta��es simult�neas e pelas mesmas raz�es n�o tem precedentes. Mais de 4.000 pessoas tamb�m protestaram em Lahore (leste), a segunda maior cidade do pa�s, milhares em Multan (centro), e 30.000 em Muzaffarabad (leste), a capital da Caxemira paquistanesa, informou a pol�cia.
Se por um lado os manifestantes expressaram sua hostilidade para com os Estados Unidos e o filme americano, eles n�o mencionaram as charges de Maom� publicadas na Fran�a pelo seman�rio sat�rico "Charlie Hebdo".
Os Estados Unidos reiteraram nesta sexta-feira que eles n�o tinham nada a ver com o filme produzido em seu territ�rio h� um pouco mais de um ano.
No restante do mundo mu�ulmano, nenhum movimento violento foi registrado, mesmo em Cabul, onde apenas pequenas manifesta��es pac�ficas contra os Estados Unidos e contra a Fran�a foram relatadas.
Centenas de manifestantes se reuniram em frente ao consulado da Fran�a em Surabaya (Java), aos gritos de "Morte � Am�rica, morte � Fran�a!", no I�men e em Marrocos. Eles eram cerca de mil na capital dos Comores, Moroni, milhares em Basra (Iraque) e no L�bano, e at� 10.000 pessoas, que queimaram uma ef�gie do presidente Obama e uma bandeira francesa, em Bangladesh.
Cinquenta pessoas tamb�m manifestaram em frente � embaixada da Fran�a no Cairo para protestar contra "ataques ao Isl�".
Outras dezenas protestaram diante da embaixada da Fran�a em Londres exibindo cartazes do tipo "Os mu�ulmanos v�o conquistar a Fran�a" e "Maldita democracia! Ao inferno com a liberdade!".