Conflito armado da Col�mbia deixou mais de cinco milh�es de v�timas

O conflito que a Col�mbia vive h� cerca de meio s�culo deixou mais de cinco milh�es de v�timas, das quais 600.000 foram assassinadas, segundo estimativas do governo, divulgadas esta quinta-feira.

A cifra, no entanto, n�o revela a magnitude do drama, advertiu Paula Gaviria, diretora da Unidade para a Aten��o e a Repara��o Integral de V�timas do conflito armado, organismo encarregado de aplicar uma lei neste sentido, aprovada em junho de 2011.

"H� uma subnotifica��o impressionante", admitiu Gaviria, explicando que a partir da lei, as v�timas come�aram a denunciar seus casos.

"At� agora temos casos registrados desde 1974", acrescentou, ap�s destacar que por causa da complexidade do conflito armado colombiano e sua antiguidade � muito dif�cil ter um n�mero de v�timas sobreviventes ou mortas neste contexto.

Do total calculado, 40% (2 milh�es) correspondem a v�timas da guerrilha e 25% (1,2 milh�o) de grupos paramilitares, disse Gaviria, insistindo em que as cifras n�o s�o absolutas porque os denunciantes n�o s�o for�ados a declarar qual foi o grupo agressor e inclusive em muitos casos desconhecem qual foi a organiza��o respons�vel.

As principais causas de que se dizem v�timas s�o o deslocamento for�ado, o sequestro, a viol�ncia sexual, o recrutamento infantil e as minas antipessoais.

Ap�s a viol�ncia pol�tica que a Col�mbia viveu nos anos 1950, a partir dos 60 o pa�s entrou em um conflito armado com o aparecimento das guerrilhas comunistas das For�as Armadas Revolucion�rias da Col�mbia (Farc) e Ex�rcito de Liberta��o Nacional (ELN).

O confronto armado destas guerrilhas contra o Estado se agravou com o surgimento dos cart�is do narcotr�fico a partir dos anos 1970 e na d�cada seguinte com grupos paramilitares de extrema direita que travaram uma luta sangrenta contra estas guerrilhas.

A maior parte dos paramilitares se desmobilizou em uma negocia��o com o governo anterior do presidente �lvaro Uribe (2002-2010), mas subsistem redutos vinculados ao narcotr�fico.

Agora, o presidente Juan Manuel Santos participar�, a partir de 8 de outubro, de uma negocia��o de paz com as Farc, que ser� celebrada em Noruega e Cuba e que o chefe de Estado espera que tenha um bom resultado ao final de um ano.