A exatos 15 dias da elei��o presidencial nos Estados Unidos, Barack Obama e Mitt Romney deram ontem a largada para a �ltima e decisiva investida pelos swing states – um grupo de oito a 10 estados que v�o definir a disputa – refor�ados pelos argumentos finais do terceiro e derradeiro debate. No embate de segunda-feira � noite, na Fl�rida, o presidente, agressivo, saiu vencedor nas pesquisas, depois de ter passado os 90 minutos do programa procurando retratar o advers�rio republicano como um homem “n�o confi�vel” – algo que continuou a fazer, ontem, na pr�pria Fl�rida, antes de seguir para Ohio, outro estado-chave. Com seu candidato em Nevada, o Partido Republicano investiu em novas propagandas de TV trabalhando a ideia de que o pa�s "n�o pode mais pagar por mais quatro anos de Obama". Pesquisas divulgadas logo ap�s o debate mostraram Obama como o vencedor, mas com margens diferentes. Na sondagem da CBS News, o presidente liderou a prefer�ncia dos eleitores, com 53%, e Romney apareceu com 23%. J� a consulta da CNN mostrou Obama com 48% e Romney com 40%.
Saturar de an�ncios e repetir as visitas aos swing states � o cerne da estrat�gia de ambas as campanhas. Somente ontem, Romney e seu candidato a vice, Paul Ryan, visitaram Nevada e Colorado. Hoje, eles estar�o em Iowa, onde deixar�o por pouco de “encontrar” o presidente: Obama far� ali uma escala, a caminho de Ohio, de onde seguir� para Nevada e de volta para a Fl�rida, onde vai encerrar uma turn� por seis estados no intervalo de 48 horas. Al�m dos quil�metros percorridos, muitos d�lares devem ser gastos at� 6 de novembro. A equipe democrata acaba de lan�ar um livreto de 20 p�ginas expondo as propostas do presidente para os pr�ximos quatros anos, com tiragem de 3,5 milh�es de c�pias a serem distribu�das nos “campos de batalha”.
Segundo o cientista pol�tico Robert Watson, da Universidade Lynn, anfitri� do �ltimo debate, candidatos e assessores continuar�o a visitar esses estados com mensagens fortes e de ataque, mas um pouco menos desrespeitosas. “Ser� uma louca corrida at� o fim, e os candidatos percorrer�o muitos quil�metros pelo ar”, afirmou � reportagem. Watson destacou ainda que as campanhas dar�o grande foco, agora, no apelo �s pr�prias bases.
Duelo Na queda de bra�o na noite de segunda-feira, o presidente tentou definir Romney como um candidato “n�o confi�vel”, vol�til e confuso. Em v�rios momentos, questionou afirma��es do republicano que contradiziam outras, feitas no passado. Perguntado pelo mediador sobre qual seria a maior amea�a aos EUA hoje, Romney respondeu: "Al-Qaeda". O presidente devolveu com ironia. "Fico feliz que o senhor reconhe�a a Al-Qaeda como a grande amea�a, porque h� alguns meses o senhor disse que era a R�ssia", afirmou. Nesse tom, o presidente seguiu boa parte do debate. “Obama comportou-se da maneira que se deve quando se debate com Romney”, afirmou � reportagem o especialista em orat�ria Robert Lehrman, da American University (Washington), redator dos discursos do vice-presidente Al Gore (1993-2001). “A grande fraqueza de Romney � que, ap�s ir tanto � direita para conseguir sua indica��o, agora est� finalmente decidido a parecer mais moderado. Isso o torna muito vulner�vel.”