O partido de Silvio Berlusconi sofreu uma derrota hist�rica nas elei��es regionais na Sic�lia, reduto tradicional da direita, onde o movimento "Cinco Estrelas", destruidor de partidos tradicionais, cresceu de forma espetacular.
O "Cinque Stelle", o movimento do ex-comediante Beppe Grillo, registrou um crescimento de 18,46% dos votos, segundo os resultados publicados pela Regi�o.
"Esta � a primeira vez que um candidato de esquerda � eleito presidente da regi�o e que um candidato anti-m�fia vence. Parece realmente um encontro com a hist�ria, n�o apenas um resultado eleitoral", declarou � imprensa Crocetta, � frente de uma coaliz�o entre o Partido Democr�tico (PD, o principal partido de esquerda) e da Uni�o do Centro (UDC).
Crocetta tem um perfil at�pico: abertamente homossexual e ex-prefeito de Gela (sul da Sic�lia), este homem de 61 anos est� na vanguarda na luta contra a m�fia, o que fez as autoridades mant�-lo sob prote��o policial permanente.
Esta elei��o parcial regional, considerada um teste antes das elei��es legislativas previstas para a primavera de 2013, � um golpe para o partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PdL). Para o l�der nacional do PD, Pier Luigi Bersani, tamb�m � um resultado "hist�rico".
"N�s vencemos na Sic�lia, isso � loucura! Esta � a primeira vez do p�s-guerra que uma mudan�a real � poss�vel", comemorou.
Como mostra da insatisfa��o dos eleitores, menos da metade dos eleitores (2,2 milh�es de 4,5 milh�es de inscritos) votou. Nas elei��es anteriores em 2008, a participa��o foi de 66,68%.
Essas elei��es antecipadas na Sic�lia foram provocadas pela ren�ncia do governador de direita, Raffaele Lombardo, acusado de nepotismo e de conluio com a m�fia.
Estes resultados s�o ainda mais surpreendentes do que o apontado pelas pesquisas no in�cio de outubro, que previam um duelo entre o candidato do PdL, Nello Musumeci, e Rosario Crocetta, com uma vantagem para o candidato de direita.
O desempenho do movimento anti-partidos "Cinque Stelle" e de seu candidato Giancarlo Cancelleri s�o resultado, em grande parte, do envolvimento pessoal do fundador do movimento, Beppe Grillo, figura conhecida nacionalmente, de linguagem afiada contra os partidos, a Uni�o Europeia e a pol�tica de austeridade do governo Monti.
O ex-comediante liderou uma campanha agressiva de 17 dias, sem hesitar, literalmente, em jogar �gua no estreito de Messina. Ele atraiu multid�es em seus com�cios na ilha, � beira da fal�ncia, atingida por uma elevada taxa de desemprego entre os jovens (mais de 40%) e abalada pelos esc�ndalos e pelo peso da m�fia.
Os resultados sicilianos ser�o analisados em n�vel nacional, particularmente ap�s a volta de Berlusconi neste fim de semana.
Depois de anunciar na semana passada que n�o seria candidato a primeiro-ministro em 2013 e de homenagear o trabalho do seu sucessor Mario Monti, Silvio Berlusconi, que foi condenado sexta-feira por evas�o fiscal, deixou no ar a amea�a de um pedido de voto de confian�a.
"Nos pr�ximos dias, vamos decidir com as lideran�as do meu partido o que � melhor: retirar imediatamente a confian�a ou mant�-la" at� a chegada das elei��es na primavera, disse no s�bado.
Estas declara��es provocaram um grande decep��o, incluindo em seu partido. O candidato do PdL na Sic�lia, Nello Musumeci, tamb�m citou na noite de ontem entre as causas de sua derrota "a condena��o de Berlusconi (...) e a incerteza sobre a lideran�a do partido".
O secret�rio nacional do PdL, Angelino Alfano, considerou que � esta derrota � um resultado da "divis�o da direita".