Na v�spera de um encontro com autoridades e empres�rios portugueses, a chanceler alem�, Angela Merkel, adotou um tom mais brando sobre a condu��o da economia lusitana.
Neste domingo, em entrevista � TV estatal portuguesa (RTP), Angela disse que o governo portugu�s “cumpriu muito bem” as exig�ncias de ajustamento fiscal feitas pelo Fundo Monet�rio Internacional, o Banco Central Europeu e a Uni�o Europeia (a chamada Troika) e que a popula��o de Portugal tem sido “muito corajosa”.
Em outros momentos da crise econ�mica na zona do euro, Angela Merkel foi bastante cr�tica em rela��o � condu��o da economia e j� sugeriu que pa�ses como a Gr�cia e Portugal transferissem para a Uni�o Europeia o controle do or�amento a fim de evitar desajustes fiscais.
Angela Merkel visita nesta ter�a o presidente portugu�s, Cavaco Silva, almo�a com o primeiro ministro Pedro Passos Coelho e encerra, na parte da tarde, o Encontro Empresarial Luso-Alem�o, em Lisboa.
O tom mais suave da chanceler demonstra sensibilidade com o pa�s que est� com taxa de desemprego em torno de 15% (mais de tr�s pontos percentuais acima das demais na��es da zona do euro); onde os impostos sobre pessoa f�sica foram recentemente aumentados; e o governo quer enxugar 4 bilh�es de euros em gastos do Estado em 2013 e 2014 (inclusive para sa�de, educa��o e prote��o social). Toda semana, os portugueses fazem protesto em frente � Assembleia da Rep�blica (o Congresso Nacional) e na quarta-feira (14) participar�o da greve geral que dever� ocorrer tamb�m na Gr�cia e na Espanha.
“As empresas alem�s t�m tido um papel fundamental nos investimentos e na moderniza��o da nossa infraestrutura”, reconheceu o vice-presidente da Confedera��o Empresarial de Portugal, Jo�o Gomes Esteves, que avalia, no entanto, que o relacionamento entre as duas economias “vem perdendo alguma vitalidade” e sofre “redu��o de participa��o”.
Segundo dados do Minist�rio dos Neg�cios Estrangeiros de Portugal, a Alemanha � o segundo parceiro comercial dos portugueses no com�rcio exterior (13,5% das exporta��es e 12,3% das importa��es). As dez maiores empresas alem�s instaladas em Portugal faturaram, no �ltimo ano, 4,6 bilh�es de euros (4 bilh�es de euros em exporta��es – o pa�s � plataforma para fabrica��o e venda de produtos alem�es para a �frica e para a Am�rica Latina).
A Alemanha � o quinto maior investidor estrangeiro em Portugal e o quarto pa�s emissor de turistas. Al�m disso, h� mais de 120 mil portugueses morando na Alemanha que enviam recursos constantemente a Portugal. Do total de recursos que Portugal recebe de seus imigrantes mundo afora, 6% v�m da Alemanha (aumento de 60% em um ano).
A Alemanha representa quase um ter�o no or�amento da comunidade europeia e tem participa��o de 27% no Fundo de Estabiliza��o Econ�mico-Financeira da Europa, sendo o principal avalista dos 78 bilh�es de euros emprestados a Portugal durante a crise.
Para o ministro dos Neg�cios Estrangeiros de Portugal, Paulo Portas, as trocas comerciais e de investimentos entre as economias dos dois pa�ses ainda podem crescer. “As rela��es est�o longe de estarem esgotadas”, disse no encontro empresarial ao cobrar tamb�m “maior acessos das nossas empresas ao financiamento” e censurar qualquer forma de discrimina��o econ�mica na zona do euro.